Em 20 de julho de 1944, um grupo de militares liderados por Claus Philipp Maria Schenk Graf von Stauffenberg cometem um atentado à bomba contra Hitler em nome do movimento de resistência alemã. A explosão no quartel-general do líder nazista chamado de “Toca do Lobo” (em alemão “Wolfsschanze”, situado na Prússia Oriental, hoje território da Polônia) mata 4 pessoas, mas Hitler sobrevive ao atentado, sofrendo apenas alguns ferimentos. De volta à Berlim, Stauffenberg e os conspiradores, acreditando que o atentado teria sido bem sucedido, comunicam a morte de Hitler – que é desmentida poucas horas mais tarde. A vingança não demorou – na mesma noite, Stauffenberg e outros participantes da conspiração (Friedrich Olbricht, Werner Karl von Haeften, Mertz von Quirnheim) foram executados no pátio do prédio Bendlerblock.
O Bendlerblock é um complexo de prédios nas imediações do parque Tiergarten e que ao longo da sua história já abrigou diversos órgãos militares. Atualmente em uma parte do complexo encontra-se o ministério da defesa alemão e em outra o Memorial para a Resistência Alemã (Gedenkstätte Deutscher Widerstand).
O atentado contra Hitler de 20 de julho de 1944 ficou muito conhecido do grande público através do filme “Operação Valquíria”, estrelado por Tom Cruise e que inclusive teve as cenas da execução gravadas no pátio do Bendlerblock. Apesar de provavelmente ser o caso mais conhecido, este grupo não foi o único que se opôs à Hitler. E é isto que mostra o Memorial para a Resistência Alemã – que na verdade é mais que um memorial, é também um museu que documenta os movimentos alemães contra o nazismo.
Para chegarmos à exposição no segundo andar do prédio, que tem acesso pela rua Stauffenbergstraße, passamos pelo “Ehrenhof” (“Pátio de honra”) – o pátio onde Stauffenberg foi executado – e que desde 1953 é um local em memória da resistência contra os nazistas.
A exposição é dividida em 18 diferentes seções e mostra diferentes grupos e pessoas de vários âmbitos da sociedade e das mais diversas ideologias, que se opuseram à Hitler e ao regime nazista. Assim é documentada a resistência de grupos políticos, de grupos religiosos, artistas, estudantes, etc. As tentativas de assassinato, como a de julho de 1944 cometida por Stauffenberg ou a de novembro de 1939 cometida por Georg Elser, também são detalhadas. O atentado de julho de 1944 em especial é mostrado em detalhes: os envolvidos, a sequência de acontencimentos e suas consequências. Inclusive a sala da exposição dedicada a Stauffenberg é exatamente no escritório onde ele trabalhava – não existe nenhum móvel, somente painéis com textos e fotos como em toda a exposição. Em uma das fotos pode-se ver como era o escritório naquela época.
Esta é uma exposição super interessante, pois nos mostra que houve grupos e pessoas que estavam alertas, que tentaram se opor ao regime. Mas também nos mostra o quanto era difícil, devido à opressão e terror exercido pelos nazistas à quem quer que fosse contrário ao regime.
O Memorial para a Resistência Alemã é aberto de segunda à quarta e às sextas-feiras das 9 às 18 horas; nas quintas-feiras, das 9 às 20 horas e nos sábados, domingos e feriados, das 10 às 18 horas. O memorial/museu fica fechado no natal, ano novo e 1º de janeiro.
Preço: Grátis
Endereço: Stauffenbergstraße 13-14 – Berlim – 10785
Como Chegar:
Ônibus: Linha 200, parada Tiergartenstraße; linha M29, parada Gedenkstätte Deutscher Widerstand
Pelo menos os alemães cultuam a sua história.