Há poucos dias, no dia 16 de novembro/2013, foi inaugurada no Museum na Kulturbrauerei a exposição “Alltag in der DDR” , que explora aspectos da vida cotidiana na Alemanha Oriental. Para quem não sabe “DDR” é uma abreviação de Deutsche Demokratische Republik, que era o nome oficial, em alemão, da Alemanha Oriental.
Apesar do partido comunista pregar a igualdade de classes e que a vida seria melhor no regime comunista a realidade era completamente diferente. De fato, o governo subsidiava os produtos alimentícios básicos, mantendo os preços bem baixos, muitas vezes abaixo do custo de produção. Assim como também o valor dos aluguéis era relativamente baixo e as mães tinham direito a uma vaga na creche para deixar seus filhos enquanto tinham que trabalhar.
Entretanto havia uma escassez de produtos – de matéria-prima a alimentícios e até apartamentos adequados para morar. Filas formavam-se na porta dos supermercados e a variedade do que se encontrava não era muito grande. Era comum as pessoas terem que esperar anos para conseguir um apartamento, muitas vezes, morando até em lugares em condições precárias – os prédios antigos foram se degradando e o governo foi construindo novos conjuntos habitacionais nas áreas fora do centro, mas a demanda era maior do que oferta, do que era produzido.
Até a moda era planejada pelo governo, as pessoas não tinham muitas opções. E muitos, para poder variar, criavam suas próprias roupas – entretanto não era das tarefas mais fáceis uma vez que obviamente faltava material.
Quem tinha parentes do lado Ocidental recebia pacotes via correio, principalmente na época de natal, páscoa e aniversário, com produtos mais exclusivos – coisas como chocolate, sabonete, café, etc. – que não encontravam nos supermercados para comprar. Dinheiro ou jornais não era permitido enviar e era comum alguns artigos serem confiscados, uma vez que estes pacotes eram vistoriados pelas aduanas.
A imprensa também era controlada e havia censura, editores e jornalistas não podiam expressar suas opiniões livremente ou publicar o que quisessem.
E tinha ainda a Stasi, a polícia secreta, que vigiava e espionava constantemente as pessoas, àqueles que eles considerassem inimigos e uma ameaça ao regime.
A coletividade, o senso de união e coesão desempenhava um papel importante na vida dos alemães orientais – o que o governo incentivava criando uma série de atividades culturais e recreativas. O que também acabava servindo para se ter um controle sobre as pessoas e suas atividades.
Estes e outros aspectos são abordados na exposição “Alltag in der DDR”. É uma exposição fantástica, super rica em informações, que nos dá uma amostra de como as pessoas viviam na Alemanha comunista. De acordo com o museu são cerca de 800 objetos originais, entre documentos, filmes e áudios.
Para quem quiser conhecer e saber mais sobre esta época vivida na Alemanha, vale muito a pena ver esta exposição. Os materiais estão em alemão e inglês e mesmo os áudios e filmes podem ser ouvidos em ambas as línguas.
Esta exposição é aberta de terça a domingo, das 10 às 18 horas, sendo que nas quintas-feiras fica aberta até às 20 horas. Favor confirmar no site do museu os horários de funcionamento, uma vez que estes podem sofrer alterações.
Preço: Grátis
Endereço: Knaackstraße 97, Prédio 6.2 – Prenzlauerberg – 10435
Como Chegar:
U-Bahn: Linhas U2, estação Eberswalder Straße
Atrações Próximas: Memorial do Muro de Berlim – Bernauer Strasse
Não sei qual é mais completa, mas eu gostei mais desta
Esta me parece maior mesmo.
E esta tem a vantagem de não ser tão cheia – dá pra aproveitar muito mais
Olá Isabel
Primeiramente parabéns pelo conteúdo desse site. Se puder me responder essa exposição seria basicamente o que se vê no DDR Museum? Ela é permanente?
Obrigada
Luciana
Sim, a temática é a mesma e ela é permanente.
Abs,
Isabel