Friedrichshain

Friedrichshain é um bairro de Berlim e, assim como Prenzlauer Berg e Kreuzberg, é um dos bairros „da moda“ da cidade. E também como estes outros bairros,  Friedrichshain é conhecido por seus inúmeros bares, restaurantes, danceterias e lojas descoladas e interessantes.

Em geral os moradores de Friedrichshain são mais jovens, alternativos, com ideais anti-capitalismo, estudantes e artistas.

Além da famosa East Side Gallery, onde há um trecho remanescente do muro de Berlim, não existem muitos outros pontos turísticos tradicionais e históricos.

Tours em Berlim em Português

Mas existem outros marcos conhecidos, como a Karl-Marx-Allee, uma avenida com prédios em estilo socialista e o Frankfurter Tor (Portão de Frankfurt), que fica na junção das avenidas Karl-Marx-Allee e Frankfurter Allee.

A avenida Karl-Marx-Allee

O Frankfurter Tor é composto por dois prédios idênticos, um de cada lado da avenida e em frente um do outro. É bem imponente e bonito. E ao fundo, no final da avenida pode-se ainda avistar a Torre de TV.

Mas Friedrichshain tem muito mais a oferecer, são muitas opções de lazer – o bairro por si só é uma atração. E devido as inúmeras opções de lazer que oferece, o público que o bairro atrai também é  jovem, dinâmico e descolado.

Além de bares, clubes e restaurantes, tem muita coisa interessante no bairro. Em Friedrichshain se encontra a Mercedes Benz Arena, uma casa de shows e espetáculos e na rua Revaler Strasse 99 se localiza o “RAW Gelände”.

O RAW Gelände é um complexo alternativo e relativamente underground, com antigos prédios e galpões industriais – alguns ruínas da guerra (falta o teto) e muito grafite – que reúne uma série de atrações.

O RAW Gelände

Além de diversos bares e danceterias, tem um galpão com 1600 metros quadrados que tem pistas para skate indoor, tem o “Der Kegel” uma construção em forma de cone com paredes para escalada e tem ainda o Haubentaucher, uma mistura de local para eventos, festas e piscina.

O “Der Kegel” no RAW Gelände
O RAW Gelände

Os bares e restaurantes de Friedrichshain se concentram principalmente ao redor Simon-Dach-Strasse e da Boxhagener Platz, onde aos domingos acontece também um mercado de pulgas.

Vale muito a pena fazer um passeio em Friedrichshain, perambular por suas ruas, ver os grafites super interessantes em muitos prédios e fachadas, descobrir lojas individuais e sentar em um dos restaurantes ou bares e observar o público que anda por lá.

Abaixo você encontra um exemplo de um percurso pelo bairro: você pode descer na estação de metrô Frankfurter Tor (linha U5), onde já está o monumento de mesmo nome, ir pela Boxhagener Strasse, entrar na conhecida Mainzer Strasse (veja o porquê na história e curiosidades sobre o bairro), passar pela Boxhagener Platz e continuar pela Simon-Dach-Strasse.

Mas esta é só uma orientação básica, não se restrinja somente a estas ruas, você pode ir entrando em outras pela caminhado e ir descobrindo o bairro.


Um pouco de história e curiosidades sobre Friedrichshain:  

O bairro tem este nome graças ao Parque Friedrichshain, construído em 1846 em homenagem ao rei Friedrich e que fica na divisa com Prenzlauer Berg. Friedrichshain se desenvolveu como um bairro industrial, lá foram construídas muitas fábricas e indústrias e nos anos 20 e 30 muitos comunistas se concentravam por lá.

No decorrer da tomada de poder pelos nazistas o bairro foi palco de confrontos entre os comunistas e a polícia. Em um destes confrontos, Horst Wessel um integrante da polícia foi morto e os nazistas usaram este ocorrido como argumento para ataques e mortes a pessoas que tinham uma visão política diferente. Além disto o bairro foi renomeado em Horst-Wessel-Stadt, tendo este nome de 1933 a 1945.

Durante a Segunda Guerra o bairro foi severamente danificado pelas bombas dos aliados que tinham como alvo as diversas indústrias que se encontravam no bairro. Após a ocupação de Berlim pelos aliados e a divisão da cidade em setores, Friedrichshain ficou no setor soviético.

No período de mudanças após a queda do muro de Berlim, muitos prédios foram invadidos por grupos de esquerda, principalmente vindos de Berlim Ocidental. A Mainzer Strasse é um sinônimo deste “movimento”, de prédios invadidos – em novembro de 1990, houve sérios confrontos entre a polícia e os invasores que resistiam à desocupação.

O contraste entre um prédio restaurante e outro com a fachada ainda surradinha

Toda este movimento acabou criando uma cultura própria no bairro, onde eventos aconteciam, bares foram sendo abertos, etc. O que chamou a atenção e atraiu principlamente estudantes e pessoas jovens, também pelos aluguéis baratos em prédios ainda muito degradados.

Construções novas no bairro

Hoje em dia, grande parte dos prédios estão restaurados. A cada vez que vou lá tem mais um prédio com pintura nova, que na minha opinião é muito mais bonito e agradável. Mas há críticas – é como em Prenzlauer Berg – argumenta-se que com as restaurações há aumento nos aluguéis e as pessoas que moravam há anos lá não podem mais pagar e são obrigadas a se mudarem, dando lugar a “capitalistas”.

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