Museum Blindenwerkstatt Otto Weidt (Museu da Oficina de Cegos Otto Weidt)

O museu Blindenwerkstatt Otto Weidt conta a história de uma pequena fábrica e do seu proprietário Otto Weidt. Tratava-se de uma pequena manufatura que produzia escovas para sapatos e vassouras e onde foram empregados judeus, em sua grande maioria com deficiências auditivas e visuais. Já com a Segunda Guerra Mundial, a partir de abril de 1941, entrou em vigor uma lei que obrigava os judeus a trabalharem em fábricas que a produção fosse utlizada pelo exército. E a fábrica de Otto Weidt fornecia seus produtos para o exército.

Otto Weidt (Fonte: www.museum-blindenwerkstatt.de)

Otto Weidt fazia o que podia para proteger seus funcionários das perseguições dos nazistas.  Ele utilizava as mais variadas estratégias, desde usar o argumento de que seus funcionários eram “indispensáveis” para a produção (uma vez que seus produtos eram para o exército) ao suborno. O chefe da Gestapo, com o intuito de que deixasse seus funcionários em paz, Otto “presenteava” com  cigarros, bebidas e etc., produtos que naquele momento de escassez da guerra eram artigos de luxo e muito cobiçados.

Otto Weidt com seus funcionários (Fonte: www.museum-blindenwerkstatt.de)

Em uma circunstância, a Gestapo, levou diversos funcionários para um “Sammellager” – locais onde os judeus eram mantidos por um tempo, até chegar a hora de serem deportados – e Otto Weidt foi até lá e conseguiu resgatar todos.

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Mas o cerco aos judeus foi ficando cada vez mais apertado e estas estratégias já não funcionavam mais, as deportações se tornaram inevitáveis. Assim, Otto buscou maneiras de esconder estas pessoas para que não fossem pegas e deportadas, seja arrumando documentos falsos ou esconderijos. Um esconderijo foi na própria fábrica. Em uma sala dos fundos, tendo a porta de entrada camuflada por um armário, escondeu-se uma família por meses até que alguém os delatou e a Gestapo os prendeu.

A entrada para o enconderijo, encoberta pelo armário

A maior parte destas pessoas foram deportadas para o gueto de Theresienstad, que fica a cerca de 60 quilômetros de Praga,  e de novo Otto Weidt busca uma maneira de ajudar estas pessoas, agora mandando pacotes de suprimentos para elas.

Nem todos os funcionários eram cegos, como  duas jovens que trabalhavam como secretárias. Uma delas, Alice Licht inicialmente deportada para Theresienstad, foi depois transferida para Auschwitz.  Ao saber disto, Otto Weidt, que também era cego, sozinho pega um trem para Auschwitz com o intuito de resgatá-la. Chegando lá não lhe permitiram entrar, mas conversando com pessoas nas imediações de onde se hospedou ficou sabendo que a jovem havia sido transferida para Christianstadt, onde havia uma fábrica de munição e onde ela foi colocada para trabalhar.  Lá ele aluga um quarto para a moça e planeja sua fuga. Neste ponto, os aliados já estão combatendo a Alemanha e avançando em sua direção. Com a aproximação dos adversários, os nazistas evacuam os campos e saem  em caminhadas com os prisioneiros que ficaram conhecidas como “Marcha da morte” (pois estas caminhadas custaram a vida de inúmeras pessoas). Durante esta marcha, Alice consegue fugir e chegar até o local onde Otto havia alugado o quarto para ela. Com o fim da guerra Alice volta para Berlim e é abrigada por Otto e sua esposa. Mais tarde ela emigra para os Estados Unidos.

As mesas e máquinas da fábrica de Otto Weidt

Em ambiente original, no local onde funcionava a fábrica, com suas mesas e máquinas e muitos documentos, fotos  e cartas, a exposição permanente do Museu da Oficina de Cegos Otto Weidt documenta a vida dos judeus em Berlim durante o período nazista (1933 a 1945), o trabalho na fábrica e seus funcionários, as pessoas que ajudaram Otto Weidt, assim como histórias bem-sucessidas, de pessoas que se salvaram e também casos de pessoas que não conseguiram se salvar, que foram mortas pelos nazistas.

O Museu da Oficina de Cegos Otto Weidt é aberto diariamente das 10 às 20 horas, ficando fechado no dia 24 de dezembro.

Objetos e documentos da exposição

A fábrica de Otto Weidt era pequena e tinha poucos funcionários (35 a 40) e ele não salvou mais de mil judeus como Oskar Schindler, que ficou conhecido do grande público por conta do filme “A Lista de Schindler”, mas foi tão herói quanto Schindler, se engajando e se arriscando para salvar a vida destes judeus.

Preço: Grátis

Endereço: Rosenthaler Straße 39 – 10178 Berlim

Como Chegar:
S-Bahn: Linhas S5, S7, S75, estação Hackescher Markt
U-Bahn: Linha U8, estação  Weinmeisterstr.

Atrações Próximas:  Hackescher Markt e Hackesche Höfe, Nova Sinagoga

 

 

 

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