A história da árvore de Natal: Como e onde surgiu esta tradição

Aqui estamos às vésperas do Natal e as ruas, estabelecimentos comerciais e residências estão belamente decorados com enfeites natalinos, em especial com árvores de Natal. Mas de onde vem e como surgiu este costume de usar árvores enfeitadas no Natal? E como a tradição de usar árvore de Natal espalhou-se pelo mundo, tornando-se o maior símbolo natalino?  

Acredita-se que um costume pagão tenha originado a tradição da árvore de Natal. Por ocasião do solstício de inverno, os povos germânicos colocavam galhos de pinheiro nas suas casas e aldeias com o objetivo de protegê-las contra os maus espíritos no inverno. Para estes povos as plantas que se mantinham sempre verde simbolizavam vitalidade e fertilidade (nas regiões nórdicas – como aqui na Alemanha – as árvores perdem suas folhagens durante o outono, passam o inverno com galhos secos, mas algumas espécies como os pinheiros se mantém verdes o ano inteiro) – além do verde dar esperança nos meses escuros do inverno para o retorno da primavera.

E dos galhos de pinheiros para a árvore de Natal com enfeites como conhecemos hoje? Muito se discutiu sobre o tema e mesmo entre os especialistas há um pouco de divergência sobre a data/período e local exato do surgimento das primeiras árvores com ornamentos.

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De acordo com alguns especialistas, uma primeira menção a uma árvore com enfeites vem do ano de 1419, quando integrantes da associação de padeiros da cidade de Freiburg enfeitaram uma árvore festivamente com frutas e nozes. No ano novo as crianças podiam então balançar a árvore e comer o que o caísse.  De acordo com documentos históricos, em 1539, foi erguida uma árvore de Natal na Catedral de  Estrasburgo – outras fontes, por sua vez, dizem que a primeira árvore de Natal pública teria sido colocada na cidade de Riga na Letônia, no ano de 1510.

Algumas fontes afirmam que no final do século 16 na região da Alsácia já havia tornado-se costume as casas particulares terem árvores de Natal, sendo naquela época decoradas com maçãs, nozes e doces. Outros historiadores, por sua vez, dizem que o costume de enfeitar árvores se disseminou à partir das associações de profissionais. Segundo estes especialistas há registros de 1570 de uma associação de profissionais de Bremer que em sua sede colocou um pequeno pinheiro decorado com maçãs, nozes, tâmaras, brezeln e flores de papel. Outro registro vem de Basel, onde em 1597 alfaiates passavam com uma árvore decorada com maçãs e queijo.

Fato é que ao longo dos séculos séculos 17 e 18 o hábito de enfeitar árvore vai se espalhando de cidade para cidade. Em 1774 Goethe, por exemplo, menciona a árvore de natal em um de seus livros.

Inicialmente os pinheiros eram raros e caros, por isto as árvores de Natal eram um produto para a parcela mais abastada da população. No século 19 florestas de pinheiros foram plantadas para atender a crescente demanda, uma vez que a tradição da árvore de Natal se espalha cada vez mais pelas cidades e também pelo campo.

À partir de 1730, velas passaram a ser usadas como elemento decorativo e à partir da metade do século 19 as árvores passam a ser decoradas com bolas de vidro.

Se há alguma dúvida sobre o ano e local exato do seu surgimento, o que podemos constatar é que a tradição da árvore de Natal tem origem  e se disseminou pelo mundo com o povo alemão (a Alsácia hoje pertence à França, mas no passado foi território alemão).

Por conta de diversos nobres alemães que tinham laços familiares com outras cortes européias, no início do século 19 a tradição da árvore de Natal vai gradualmente se espalhando por outros países da Europa. Ainda no decorrer do século 19, emigrantes e soldados alemães levam o costume para os Estados Unidos e assim em 1891 a Casa Branca ganha sua primeira árvore de Natal. E já no final do século 19, surge nos Estados Unidos as primeiras árvores com luzes elétricas. No século 20 a árvore de Natal se espalha pelo resto do mundo.

Como se pode ver a árvore de Natal não surgiu como um símbolo religioso. Por isto, a igreja católica sempre viu no presérpio um símbolo maior do Natal e por muito tempo viu com olhos críticos as árvores de Natal. Somente na metade do século 20 a igreja aceita o costume e passa a permitir árvores de Natal nas igrejas.  Em 1982, o Papa João Paulo II introduziu a árvore de Natal no Vaticano – naquele ano, a Praça de São Pedro ganha pela primeira vez uma árvore de Natal.

Pinheiros à venda

Hoje em dia a árvore de Natal é presente na maioria dos lares. Na Alemanha a tradição continua sendo usar pinheiros naturais. Importantes praças e monumentos ganham enormes árvores que muitas vezes vem de longe, de outros estados. No período pré-Natal vários pontos de vendas de pinheiros são abertos pelas cidades. E tradicionalmente a árvore é decorada somente nas vésperas do Natal ou no dia 24 de dezembro.

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