T4 – Memorial e Centro de Informação para as Vítimas do Programa de Eutanásia dos Nazistas

Este memorial lembra a morte de pessoas com deficiências físicas e doenças  psíquicas, assim como lembra as pessoas que sofreram esterilizações forçadas durante o regime nazista.

Já no final do século 19 para início do século 20, antes da chegada dos nazistas ao poder, a aplicação da eutanásia em pessoas em estado terminal ou recém-nascidos com deficiências é vastamente discutida internacionalmente.  Este pensamento se baseia na idéia da higiene racional, da eugenia – termo criado em 1883 pelo antropólogo inglês Francis Galton.  Acreditava-se que a espécie humana poderia ser aperfeiçoada através de casamentos seletivos, ou seja, fomentar a formação de casais entre pessoas saudáveis e inteligentes para reproduzir seres com um bom código genético (“eugenia positiva”). E do outro lado, para evitar a “degeneração” do ser humano, parcelas da população com características indesejadas poderiam ser “erradicadas” através de esterilizações ou da seleção de recém-nascidos (“eugenia negativa”). As visões de Francis Galton ganharam simpatizantes não somente na Inglaterra, mas também em outros países da Europa e nos Estados Unidos, onde nos primeiros anos do século 19 leis de esterilização foram criadas, assim como no Canadá, Suiça e Escandinávia. Na Alemanha, devido à crítica situação econômica que o país vivia após a Primeira Guerra Mundial, o movimento de eugenia ganha mais aceitação não somente entre médicos e cientistas, como também entre políticos e a população: aspectos econômicos como cálculos de custos/benefícios tinham um peso fundamental.  Em janeiro de 1933 os nazistas chegam ao poder e a higiene racial é um dos elementos principais da sua ideologia.

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Já em 14 de julho de 1933 é aprovada a “Lei para prevenir doenças hereditárias” que entra em vigor em 1º. de janeiro de 1934. Esta lei se baseou parcialmente em um projeto de lei referente a esterilizações eugênicas do Conselho Estadual de Saúde Prussiano. Entretanto a lei que entra em vigor impunha esterilizações forçadas ao invés de voluntárias. Quem sofresse de esquizofrenia, transtornos maníaco-depressivo, más-formações físicas, cegueira e surdez hereditárias, assim como alcóolatras podiam ser esterilizados mesmo contra sua vontade. Estima-se que até 400 mil pessoas tenham sido vítimas das esterilizações forçadas durante o regime nazista. Cerca de 5 mil teriam morrido como resultado da esterilização forçada.

A morte de deficientes, doentes mentais e pacientes necessitando de cuidadores começa com o início da guerra em setembro de 1939. Estas pessoas, cujo tratamento e cura parecia impossível e não contribuiam com seu trabalho, eram vistas como um peso para a sociedade. Mais de 70 mil pessoas são vítimas da operação que levou o nome de “T4” ou “Aktion” (hoje é comumente chamado de “Aktion T4”). T4 origina-se de Tiergartenstraße 4,  endereço onde se encontrava uma mansão na qual à partir de abril de 1940, abrigava o órgão (o “Zentraldienststelle T4”) que coordenou a morte destas pessoas.

As mortes são executadas em 6 locais diferentes distribuídos pelo país: 5 hospitais psiquiátricos e uma antiga prisão são adaptados/transformados para executar a “Operação T4”. Ao chegarem nestes locais dava-se aos pacientes a impressão de estarem em um hospital normal, mas depois são executados com gás.  As mortes destes pacientes deveria ser secreta, mas logo começa a chamar a atenção de parentes, da população.  Devido a inquietação causada na população e protestos da igreja a ação é interrompida em agosto de 1941. Entretanto as mortes continuaram acontecendo de maneira decentralizada não somente na Alemanha, como em diversos territórios ocupados pelos nazistas. Atualmente os pesquisadores estimam em 300 mil o número de vítimas do programa de eutanásia dos nazistas na Europa.

A morte dos deficientes físicos e mentais foi o primeiro programa sistemático de mortes em massa executado pelos nazistas.

A mansão que se localizava no endereço Tiergartenstraße 4 (Fonte: www.morgenpost.de – Landesarchiv Berlin/Walter Köste)

É justamente no endereço Tiergartenstraße 4, no terreno onde ficava a mansão (que foi destruída na guerra), que se encontra o Memorial e Centro de Informação para as Vítimas do Programa de Eutanásia dos Nazistas. Fica ao lado da Filarmônica de Berlim, não muito distante da Potsdamer Platz. Uma parede de vidro azul e painéis e monitores informativos marcam o memorial.

Preço: Grátis

Endereço: Tiergartenstraße 4

Como Chegar:
Ônibus: Linha 200, parada Philharmonie
U-Bahn: Linhas U2, estação  Friedrichstraße
S-Bahn: Linhas U2, S1, S2, S25, estação Potsdamer Platz

 

 

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