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Parque e Palácio de Branitz

Em um determinado final de semana procurando um local para fazer um passeio meu esposo sugeriu o parque de Branitz. A sugestão me agradou pois gosto de conhecer lugares novos e esta era uma atração que ainda nao conhecíamos.  Mas, para ser sincera fui sem grandes expectativas, na verdade queria apenas dar uma saída de Berlim. O local, porém, foi para mim uma surpresa mais que agradável!!!

Um dia perfeito de “outono dourado”

O parque de Branitz é um daqueles parques de palácio, ou seja, é composto por um palácio, diversas construções e uma grande área verde com belo projeto paisagístico.  A gente visitou o parque de Branitz em um belíssimo dia de outono, daqueles que chamamos de “outono dourado”. O sol brilhava nas folhagens amarelas e avermelhadas formando um cenário de cartão-postal. Eu simplesmente me encantei com o local!

O parque de Branitz

O parque e palácio de Branitz pertenceram ao príncipe Hermann von Pückler-Muskau, que é bastante conhecido na Alemanha especialmente por suas criações de parques e jardins. Na verdade, Hermann von Pückler-Muskau é considerado um dos maiores paisagistas de jardins alemães do século 19.  E com esta reputação já é de se esperar que o nobre não somente foi o dono e morador do palácio de Branitz, como também o responsável pelo projeto paisagístico do parque.

Paisagem super idílica
Uma das construções que compõe o parque de Branitz

Hermann von Pückler-Muskau morava em Bad Muskau, onde existe outro famoso palácio e parque também projetado por ele, e após vender esta propriedade mudou-se com sua esposa para Branitz. À partir de 1845 começou a criar em Branitz  um parque paisagístico baseado no estilo inglês. A casa de seus ancestrais – o palácio – também foi remodelado e ganhou uma decoração rebuscada. Hermann faleceu em 1871 e as obras no parque foram concluídas somente em 1888.

O parque de Branitz é uma bela obra do paisagismo, sendo composto por lagos, córregos que correm por todo o parque, colinas, mini-ilhas e pontes. Mas, em seu projeto para o parque de Branitz, Hermann von Pückler-Muskau foi além dos elementos clássicos de uma parque paisagístico.

Inspirado por suas experiências em sua vida de aventuras, o nobre, que fez viagens pela África e Oriente Médio e também escrevia sobre elas, inseriu em seu parque duas pirâmides de terra – elementos que dão ao parque seu caráter especial.  

Uma das pirâmides
A pirâmide do lago

Uma das pirâmides se encontra no centro de um lago e é nesta pirâmide que se encontra o túmulo de Hermann von Pückler-Muskau e sua esposa Lucie. Inclusive nos finais de semana e feriados dos meses de maio a setembro é oferecido um passeio de gôndola pelos canais do parque e durante este passeio a gôndola chega próximo da pirâmide do lago.

E falando em passeio, o parque de Branitz pode ainda ser explorado e apreciado em um passeio de charrete. Mas assim como o passeio de gôndola, este passeio é oferecido somente nos meses de verão e nos finais de semana.  

Passeio de charrete

A área total da propriedade é de pouco mais de 600 hectares, mas a parte principal do parque de Branitz tem cerca de 100 hectares. No centro do complexo encontra-se o palácio  de Branitz e nas suas imediações encontram-se duas construções em estilo neogótico inglês: (1) o prédio que funcionava como estábulo e que hoje abriga exposições e (2) o prédio que era uma espécie de celeiro e que hoje abriga um restaurante.

O palácio de Branitz como elemento central do complexo
O antigo estábulo
O jardim entre os dois prédios anexos
Uma das construções anexas

Entre as duas construções, de frente para o palácio, encontra-se um jardim com pergolado e ornamentado com esculturas clássicas. O outro lado do palácio dá vista para um lago.

O pergolado
Esculturas que decoram o jardim

O  palácio de Branitz

O  palácio de Branitz é aberto a visitação e mesmo não sendo aqueles palácios enormes tem cômodos muito bonitos. Além disto, com seu mobiliário original consistindo de móveis e obras de arte, nos dá uma impressão mais  autêntica de como o nobre viveu.

O palácio de Branitz foi construído em estilo barroco nos anos de 1770 e 1772 e remodelado por volta de 1850. Assim como no projeto do parque, as viagens de Hermann von Pückler-Muskau também serviram de inspiração para remodelar o palácio – alguns cômodos tem estilo oriental.

A galeria dos ancestrais

Muitos dos cômodos tem cores fortes, com papel de parede nos tons roxo, azul ou amarelo. Alguns em combinação com detalhes dourados, outros com ricos trabalhos em madeira.

Um dos cômodos do palácio de Branitz

Hermann von Pückler-Muskau era um amante da boa culinária e por isto em alguns cômodos vemos a mesa decorada para um café da manha ou para um jantar.

A biblioteca é um dos cômodos do palácio que merece destaque. O mobiliário – as prateleiras de livros, a mesa coberta com diário e anotações, a impressionante cadeira de madeira com encosto talhado em forma de um rosto – juntamente com os demais elementos decorativos formam um bonito conjunto.

A biblioteca do palácio de Branitz

Outro cômodo qua achei belíssimo foi o “Salão Verde”. Este salão é original da época da construção do palácio. As paredes, em tom de verde água, são ornamentadas com elementos dourados. O teto tem um tom de azul escuro, com detalhes em dourado parecendo um céu estrelado. Chama a atenção ainda a bonita lareira no canto da sala.

O belo Salão Verde

Onde se localiza o parque de Branitz?

O parque de Branitz fica a cerca de uma hora e meia de carro Berlim, se localizando no município de  Cottbus.  

Informações práticas sobre o parque de Branitz

Endereço:  Robinienweg 5 – Cottbus – 03042

Como chegar: 
Nós fomos de carro até o parque de Branitz, mas é possível também ir de trem regional, à partir, por exemplo, da estação central de Berlim ou da Alexanderplatz. Clique aqui para acessar o site da Deutsche Bahn, a empresa alemã de trens.  

Chegando na estação central de Cottbus, pegar a linha de ônibus 10 e descer na parada “Branitz Schloss“.

Horário de funcionamento:
O parque é diariamente aberto, o ano todo

O palácio é aberto diariamente (com exceção das terças-feiras) das 11 às 18 horas entre os dias 1º. de abril a 31 de outubro e das 11 às 17 horas de 1º. de novembro a 31 de março.

Preço:
A entrada no parque é gratuita.

Um ingresso é cobrado para visitar o palácio internamente. Clique aqui para ver o preço do ticket


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O que o urso tem a ver com Berlim?

O visitante de Berlim com olhar mais atento vai perceber que encontram-se os mais variados tipos de ursos espalhados pela cidade – seja em forma de estátuas, esculturas ou como um produto nas lojas de souvenir.

E muitos dos turistas que acompanho são bem ligados e daí durante o tour me perguntam “o que o urso tem a ver com a cidade!?”. Bem, a resposta é que o urso é símbolo de Berlim!

Ursão de pelúcia em porta de loja
E canecas com ursos à venda em lojas de souvenir

O urso aparece no brasão da cidade há séculos, para ser mais precisa desde 1280. Neste brasão de 1280, aparecem dois ursos: uma águia no centro e um urso de cada lado. No decorrer dos séculos o brasão vai sendo modificado e o urso vai aparecendo em posição vertical e também sozinho, sem a águia.

O brasão atual, que é válido desde 1954, é composto por um urso preto em posição vertical. O urso tem as garras vermelhas, está de lado e tem a boca aberta com a língua vermelha estirada. Sobre a cabeça do urso aparece uma coroa dourada com 5 pontas, cuja base lembra um muro de tijolos com um portal no centro.

O brasão de Berlim em 1280 (Fonte: wikimedia.org)
E o brasão atual (Fonte: wikimedia.org)

Mas daí surge outra questão: Porque justamente o urso foi escolhido para aparecer no brasão de Berlim e assim acabou se tornando o símbolo da cidade?

Um fonte no Nikolaiviertel ornamentada com um urso segurando um escudo

Bem, esta questão não tem uma resposta precisa, pois não existem documentos históricos sobre o assunto. Existem, entretanto, algumas hipóteses para explicar a escolha:


(1) A primeira delas é que nestes séculos remotos haviam ursos nas matas e florestas da área que se tornou Berlim e assim o urso seria uma referência a essa época.

(2) Uma outra hipótese bastante difundida é que o urso foi escolhido para ornar o brasão por causa do nobre guerreiro Albrecht I., que foi o fundador do principado de Brandemburgo, que é a área onde Berlim se encontra. Este corajoso  guerreiro era conhecido como Albrecht der Bär, que significa “Albrecht, o Urso”. Assim, o urso no brasão seria uma homenagem ao nobre guerreiro.

Aqui a quadriga do Portão de Brandemburgo foi representada com ursos

Mesmo que não se possa saber com precisão o porquê do urso ter sido escolhido para ornar o brasão de Berlim, fato é que ele se tornou o símbolo da cidade e é usado em muitos lugares. O mesmo urso preto de pé e com língua e garras vermelhas também compõe a bandeira de Berlim.

A bandeira de Berlim (Fonte: wikimedia.org)
O urso da Berlinale

Um urso faz parte do logotipo da Berlinale – o Festival de cinema de Berlim – assim como o prêmio oferecido aos vencedores do festival tem o formato de um urso dourado e é chamado de “Urso de Ouro”.

Um time de futebol local também tem um urso em seu logotipo, assim como determinadas associações. Em rodovias, nas entradas da cidade, também é possível ver escultura de urso sobre a inscrição “Berlin” ou uma placa com um urso dando as boas-vindas à cidade.

Um dos “ursos camaradas” que se vê pela cidade

Mas hoje em dia, o tipo de urso que se vê com mais frequência pela cidade, e que muito chama a atenção dos turistas, é como o urso da foto acima. Este é o “United Buddy Bears” ou “Ursos Camaradas” que foram expostos em Berlim pela primeira vez em 2001 e desde então novas versões vão surgindo pela cidade (clique aqui para saber mais).

O projeto artístico foi uma adaptação da idéia que já tinha sido realizada em outros lugares, com outros tipos de animais, como as vaquinhas de Nova York. E muito provavelmente o urso foi o animal escolhido para o projeto em Berlim justamente por ele já ser o símbolo da cidade.

Mais urso pelas ruas de Berlim
E tem também “urso camarada” de ponta cabeça

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Bahnhof Zoo: A estação que se tornou famosa por causa de Christiane F.

No início dos anos 1980 um livro autobiográfico que contava a história de uma adolescente viciada tornou-se um best-seller em diversos países. No Brasil, o livro intitulado “Eu, Christiane F., 13 anos, drogada, prostituída“, também foi um sucesso. Lembro que uma das minhas irmãs tinha o livro, mas eu não cheguei a ler pois ainda era muito criança. Mas o título do livro que já denota seu conteúdo principal ficou na minha cabeça. Depois de um tempo morando em Berlim vi uma reportagem na TV sobre a Christiane e como ela estava naquela época. O nome “Christiane F.” me era conhecido e achei super interessante saber mais sobre sua vida após o livro e também conhecer a face da pessoa por trás do personagem do livro.  

O livro conta a história da jovem alemã Christiane Felscherinow e o título original em alemão  é “Wir Kinder vom Bahnhof Zoo”, que em uma tradução literal seria “Nós, crianças da estação Zoo”, pois era nesta estação de trens e metrô que a adolescente e sua turma viveram muitas das experiências relatadas no livro. E sem dúvidas, a estação ficou marcada para quem leu o livro e conhece a história – lembro que seguidores do SimplesmenteBerlim já me perguntaram sobre a “estação da Christiane F.”.

Nestes últimos dias o tema ressurgiu e voltou a ser noticiado, pois a história da “Christiane F.” foi refilmada e lançada pela Amazon Prime em forma de mini-série com 8 episódios.  

A história de Christiane F.

Christiane, cujo nome completo é Christiane Vera Felscherinow, nasceu em Hamburgo e em 1968, com 6 anos de idade se muda com sua família para Berlim. Naquela época a cidade estava dividida em duas: uma parte Ocidental e capitalista; outra parte Oriental, socialista e isolada pelo Muro de Berlim.

A família de Christiane se muda para Berlim Ocidental e tem a intenção de abrir uma agência de casamentos. Inicialmente moram em um espaçoso apartamento no bairro de Kreuzberg, mas logo depois os planos fracassam e a família vai morar em um pequeno apartamento em Gropiusstadt, uma parte do bairro Neukölln formada por conjuntos habitacionais para a população de baixa renda. O prédio onde a família mora se encontrava na divisa da cidade, na beira do Muro de Berlim.

Os conjuntos habitacionais na Gropiusstadt (Fonte: www.welt.de)

Com 12 anos de idade Christiane passa a frequentar um centro para jovens da igreja protestante, onde usa drogas pela primeira vez. À partir daí passa a consumir drogas (maconha, LSD) e medicamentos (Valium, Mandrix, ) regularmente. Apesar da pouca idade, com sua turma passa a frequentar a discoteca Sound. Depois de um show de David Bowie, Christiane usa heroína pela primeira vez e se vicia na droga com apenas 14 anos de idade.

Para financiar o vício, Christiane, assim como seus amigos, passa a se prostituir na área da estação Zoo – ponto de encontro de pessoas com problema de droga. Jogada no vício, Christiane quase não dá mais as caras em casa e a mãe chega a registrar seu desaparecimento. Depois de ser presa, a mãe foi buscá-la na delegacia e decidiu tirá-la de Berlim, levar para outra cidade onde pudesse se afastar das drogas e se desintoxicar. Depois de três anos de ausência, ela volta a frequentar a escola regularmente.


A capa do livro em alemão (Fonte: www.bz-berlin.de)

Mas em 1978 a jovem precisa voltar a Berlim para testemunhar em um processo. Lá, seu depoimento chama a atenção dos jornalistas Kai Hermann e Horst Rieck que a convidam para uma entrevista. O que seria uma entrevista, acabou se transformando em um livro que foi publicado em 1978 e virou um grande sucesso. Em 1981 o livro virou filme também e se tornou o filme alemão de maior sucesso nos anos 1980. Christiane e sua trágica história chocou a Alemanha e ganhou fama internacional.

De lá para cá Christiane já teve diversas recaídas e tentou a vida como cantora e atriz (sem grande sucesso) e já se mudou da Alemanha algumas vezes. Em outubro de 2013 lançou seu segundo livro autobiográfico intitulado “Christiane F. – Mein Zweites Leben”  (em tradução literal: Christiane F. – Minha segunda vida”. Título no Brasil: Eu, Christiane F.: A vida apesar de tudo).      

A estação Zoologischer Garten

A estação Zoologischer Garten, cujo nome se deriva do jardim zoológico que fica nas suas imediações, se localiza no bairro Charlottenburg. A estação, que também é comumente chamada de estação Zoo, foi aberta em 1882. Nesta época, Charlottenburg não era um bairro de Berlim, mas  ainda uma cidade independente.

A partir de 1884, a estação que ganhou mais uma plataforma, passa a receber trens suburbanos e de longa distância. Em 1902 entrou em operação uma linha de metrô subterrâneo (a linha que hoje em dia é chamada de U2) com passagem pela estação Zoologischer Garten.  Como preparativo para os jogos olímpicos de 1936, a estação passa, à partir de 1934, por uma grande reforma e obras de expansão da plataforma para trens de longa distância.

A estação Zoologischer Garten

Com a divisão da cidade após a Segunda Guerra Mundial, dos anos 1950 até a queda do Muro de Berlim, a estação Zoologischer Garten funcionou como a estação central de Berlim Ocidental. Com a queda do muro e reunificação da cidade/país bastante coisa mudou. Uma nova e moderna estação central foi construída e inaugurada em 2006. Com isto, trens de longa distância não se servem mais da estação Zoologischer Garten. Por ela, hoje passam linhas de metrô subterrâneo e de superfície, assim como trens regionais.

Nos anos 1970 e 1980, a estação era um ponto de encontro do público alternativo da cidade. Na rua lateral da estação, na Jebensstraße, os viciados em drogas passavam seu tempo e também se prostituíam. E é o dia-a-dia destes jovens viciados nesta estação que é tematizado e relatado no livro “Eu, Christiane F., 13 anos, drogada, prostituída“. Assim, por causa do livro sobre Christiane e sua turma, a estação Zoologischer Garten ganhou fama nacional e até internacional.

Por meio de ações policiais no final dos anos 1980 a situação na estação Zoologischer Garten e no seu entorno melhora bastante – hoje as áreas problemáticas de Berlim com a questão das drogas são em especial o parque Görlitz e a estação Kottbusser Tor, ambos no bairro Kreuzberg. Nos últimos anos, prédioss novos e chiques – como o hotel Waldorf Astoria e o prédio Upper West Side – foram construídos em ruas próximas da estação Zoologischer Garten.

Porém, como é comum em muitas cidades grandes, as  áreas de grandes estações de metrô/trem concentram sem-tetos, mendingos e muitas vezes viciados (seja em drogas ou álcool). E assim é também a área da  estação Zoologischer Garten hoje em dia – há muitos sem-teto por lá. Inclusive, o local onde funcionava uma unidade da polícia – na qual Christiane diz em seu livro  ter passado algumas vezes – foi transformado recentemente em um centro para sem-teto. Lá as pessoas podem receber orientação e ajuda. Este novo centro é um complemento para um serviço humanitário que já funciona na Jebensstraße.

Mas via de regra, hoje em dia a estação Zoologischer Garten é um ponto de entrocamento de muitas linhas de transporte público, com muitas pessoas circulando diariamente – inclusive bastante turista que visita a cidade.

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Lüftlmalerei – A arte na fachada das casas do Sul da Alemanha

Provavelmente a maior parte das pessoas pensa em casas enxaimel – as casas com vigas de madeiras atravessadas e visíveis na fachada – quando se fala de casas típicas alemãs, pois muitas das vilas e cidades turísticas tem seus centros históricos repletos deste tipo de construção. Mas em determinadas cidades ou regiões da Alemanha, há outras formas de construção ou ornamentação das casas que são bem particulares e típicas daquele local. Um exemplo disto são as casas ornamentadas com Lüftlmalerei – uma pintura popular que caracteriza algumas cidades do Sul da Alemanha.   

Particularmente difundida em pequenas cidades da região alpina da Alta Baviera, Lüftlmalerei são belas pinturas barrocas nas fachadas das casas. Na verdade, são afrescos e que nesta região levam o nome de Lüftlmalerei – supõe-se que o termo se origine do nome da residência (“Zum Lüftl“) de Franz Seraph Zwinck, que foi um pintor adepto do estilo e fez inúmeros trabalhos em casas da região (assim: Lüftl + Malerei, que significa pintura).

Casa com afrescos na região dos Alpes

A prática de pintar murais já vem da antiguidade e no período do Renascimento ganhou novo impulso na Itália. Por causa da rota comercial que existia entre Augsburg e Veneza a moda é exportada para as cidades ao norte dos Alpes. Primeiro chega em Augsburg e depois se desenvolve principalmente no sul da Baviera.

A fachada coberta por afrescos
São Jorge contra o dragão – afresco em uma fachada

Eu particularmente sou encantada com estas casas e suas belíssimas pinturas na fachada. Algumas casas tem a fachada inteira pintada, outras tem somente um ou dois quadros. Em algumas cidades, há ruas nas quais as casas com Lüftlmalerei se enfileiram uma ao lado da outra – um passeio por elas é um tour por uma galeria de arte clássica a céu aberto.

A Ballenhausgasse em Mittenwald

Cidades como Mittenwald e Oberammergau são famosas por suas Lüftlmalerei. A Ballenhausgasse em Mittenwald é um encanto – é uma pequena rua sem saída, onde praticamente todas as casas tem afrescos na suas fachadas! A “Casa de Pilatus”, pintada por Franz Seraph Zwink em 1784, em Oberammergau é uma das obras mais famosas da Lüftlmalerei. Estas cidadezinhas já são um encanto, parecem ter saído de conto de fadas e a arte na fachada das casas realmente as tornam únicas.

Afresco histórico em Mittenwald

Assim como a “Casa de Pilatus”, muitas das pinturas que se encontram em Mittenwald e Oberammergau foram feitas na segunda metade do século 18. Os afrescos mais antigos retratam exclusivamente santos e cenas bíblicas. As pinturas do início do século 20 retratam paisagens, os Alpes, cenas do cotidiano, festividades.

Pintura retrata a religião
Nesta casa é retratado uma cena do dia-a-dia

Além dos temas mencionados acima,  as afrescos retratam ainda elementos arquitetônicos, como colunas, escadas  e molduras de portas e janelas.  O efeito na fachada das casas é muito legal, pois as  pinturas criam uma ilusão de ótica, dando a impressão de ser tridimensional – a “Casa de Pilatus” é um belo exemplo!     

Detalhe da “Casa de Pilatus” em Oberammergau (Fonte: www.wikipedia.org)

Estas cidades se localizam na região do Castelo Neuschwanstein – que é uma das atrações mais famosas da Alemanha. Assim, se você estiver por lá, vale a pena dar uma passada por estas cidadezinhas para conhecer a arte Lüftlmalerei. Além de Mittenwald e Oberammergau, Bad Tölz, Neubeuern e Wallgau são outras pequenas cidades onde pode-se encontrar diversas casas com os afrescos.

  

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Georg Wenzeslaus von Knobelsdorff: O arquiteto de Frederico, o Grande

A Ópera do Estado

Georg Wenzeslaus von Knobelsdorff tinha muitos talentos – ele atuou como pintor, paisagista, designer de interiores, diretor de teatro – mas deixou sua marca principalmente como arquiteto. Knobelsdorff tornou-se famoso como o arquiteto de Frederico II – o rei prussiano conhecido como Frederico, o Grande que reinou no século 18.

O arquiteto Georg Wenzeslaus von Knobelsdorff (Fonte: www.wikipedia.org)

Georg Wenzeslaus von Knobelsdorff nasceu em 17 de fevereiro de 1699 na fazenda Kuckädel no município de Crossen an der Oder (hoje pertencente a Polônia). Inicialmente Knobelsdorff serviu o exército prussiano e chegou ao posto de capitão, mas esta carreira foi encerrada quando tinha 29 anos por problemas de saúde. Ainda como soldado, de forma autodidática, desenvolveu seu dom para o desenho e a pintura e com o fim da carreira no exército passa a dedicar-se somente às artes.

O Portal do Obelisco – obra do arquiteto Knobelsdorff

Por volta de 1732 Knobelsdorff conhece o príncipe-herdeiro Frederico e à partir de então passa a frequentar a corte. Com Antoine Pesne, o pintor da corte prussiana, aprende técnicas variadas de pintura e adquire conhecimentos sobre geometria e anatomia. Com o arquiteto Johann Gottfried Kemmeter aprende arquitetura. Frederico, com quem desenvolveu uma amizade, lhe proporciona viagens de estudos para a Itália e Paris com o objetivo de aprofundar seus conhecimentos no campo da arquitetura e da pintura e para  obter novas inspirações.

A Gruta de Netuno

O trabalho de Knobelsdorff foi fortemente influenciado pela obra do arquiteto italiano Andrea Palladios. Na estética exterior da grande maioria das suas obras, ele aplicou os princípios do palladianismo – as formas simples e claras. Porém, para a estética interior era um entusiasta do estilo rococó.  Knobelsdorff tornou-se um mestre do rococó prussiano, tendo criado belíssimas decorações.


Em cerca de 2 décadas, o arquiteto, fez inúmeros projetos para palácios, parques e marcantes construções em Berlim e imediações. Foi, por exemplo, de autoria de Knobelsdorff, o projeto de 1742 para o parque Tiergarten – que na época foi feito em estilo barroco, mas cerca de um século depois é remodelado por outro arquiteto no estilo inglês.

À partir de 1740, o arquiteto Knobelsdorff também foi o responsável pela remodelação e expansão do Palácio Monbijou para a rainha Sophie Dorothee – a mãe do rei Frederico II. O Palácio Monbijou foi seriamente danificado na 2. guerra e posteriormente demolido.

O obelisco no centro de Potsdam

Infelizmente diversas obras de Knobelsdorff foram destruídas, outras modificadas, mas uma parte do seu trabalho ainda pode ser admirado em Berlim e Potsdam.

A Ópera do Estado, por exemplo, é um prédio que leva a assinatura de Georg Wenzeslaus von Knobelsdorff. Projetada no estilo palladiano, a Ópera do Estado, que é  a casa de ópera mais antiga de Berlim e foi construída entre 1741 e 1743, é um dos trabalhos mais representativos do arquiteto.

A lateral da Ópera do Estado

Também leva a assinatura de Knobelsdorff, a “Nova Ala” do Palácio de Charlottenburg. Como pretendia fazer do palácio sua residência principal, o rei Frederico II, logo após assumir o trono em 1740, encarregou Knobelsdorff de expandir o Palácio de Charlottenburg.

Assim surge a chamada “Nova Ala”, que contém cômodos ricamente ornamentados, como o belíssimo salão “Galeria Dourada” e que é tido como uma obra de mestre do rococó prussiano.

A Galeria Dourada no Palácio de Charlottenburg

O projeto inicial para a Catedral de Santa Edwiges, cuja planta foi inspirada no Panteão, também foi de Georg Wenzeslaus von Knobelsdorff. Entretanto, a construção da igreja, que se inicia em 1747, se estende por décadas, e a obra é conduzida e concluída por outros arquitetos.

A Catedral de Santa Edwiges

Em Potsdam, a cidade a cerca de uma hora de Berlim, encontra-se a provavelmente mais famosa obra do arquiteto: o Palácio Sanssouci.

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Com base em um desenho feito pelo próprio rei Frederico II, Knobelsdorff desenvolve os planos para o palácio que foi construído entre 1745 e 1747 e que é outra obra-prima do rococó prussiano.

Palácio Sanssouci

Há ainda outras obras de Georg Wenzeslaus von Knobelsdorff em Potsdam: o Portal do Obelisco e a bela Gruta de Netuno no parque Sanssouci; a Igreja Francesa e o Obelisco no centro da cidade.

Dentre as obras do arquiteto Knobelsdorff merece destaque ainda o Palácio de Rheinsberg, que se localiza a cerca de 100 quilômetros de Berlim.

Palácio de Rheinsberg

Este foi um dos primeiros trabalhos de Knobelsdorff, que em 1736 foi encarregado de remodelar o palácio renascentista em um palácio barroco para  Frederico e sua esposa, que na época ainda príncipe-herdeiro. Knobelsdorff, juntamente com Antoine Pesne, decorou o interior do palácio em estilo francês.

Um dos cômodos do Palácio de Rheinsberg

Como Frederico II tinha suas próprias idéias e muitas vezes queria influenciar nos projetos arquitetônicos, a relação entre o rei e o arquiteto foi ficando difícil e a amizade foi esfriando. Georg Wenzeslaus von Knobelsdorff faleceu com apenas 54 anos, no dia 16 de setembro de 1753 em Berlim.

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3 de Fevereiro de 1945: O dia que o centro de Berlim foi destruído

Prédios em chamas (Fonte: berliner-feuerwehr.de)

Durante a Segunda Guerra Mundial, Berlim foi a cidade alemã que mais sofreu ataques aéreos – no total foram 363 bombardeios que se iniciaram no verão de 1940 e cessaram somente poucas semanas antes da rendição, ocorrendo o último ataque aéreo em 19 de abril de 1945. Considerando a quantidade de bombas lançadas na cidade, o bombardeio de 18 de março de 1945 foi o mais pesado, quando foram jogadas mais de 3 mil toneladas de bombas em Berlim. Porém o ataque mais marcante para a cidade e seus moradores foi o de 3 de fevereiro de 1945, quando o centro da cidade, entre o Portão de Brandemburgo e a Alexanderplatz, foi devastado pelas bombas.

Era um sábado frio em Berlim, quando às 10:27hs da manhã um alarme é acionado na cidade. Às 10:39hs sirenes soam novamente anunciando assim o 288º ataque aéreo da 2ª. guerra a Berlim. Em duas ondas de ataque, a primeira das 11:02 às 11:18 e a segunda das 11:24hs às 11:52hs, quase mil aviões da Força Aérea americana, jogaram sobre os bairros centrais de Berlim cerca de 2.250 toneladas de bombas. Parte das bombas eram incendiárias e o vento forte que fazia neste dia alimentava mais ainda os  incêndios.

O bombardeio de 3 de fevereiro de 1945 a Berlim (e depois a outras cidades, como a Dresdren em 13 de fevereiro de 1945) tinha o objetivo de atingir a moral dos alemães e quebrar sua resistência, pois a esta altura o regime nazista já estava militarmente e economicamente no fim e o desfecho da guerra já era previsível.

O que restou da estação Anhalter Bahnhof

Partes do bairro Kreuzberg e a área governamental foram praticamente dizimados, a rua Wilhelmstraße com seus prédios ministeriais e a Friedrichstrasse se transformaram em um monte de escombros.  As áreas ao redor das estações Schöneberg, Tempelhof e a Anhalter Bahnhof sofrem grande devastação e o transporte na região central sofre um colapso. O setor comercial também foi fortemente atingido: 360 empresas foram consideradas totalmente destruídas e 170 relataram danos graves.

O centro histórico de Berlim, com suas belas e imponentes construções de valor cultural e arquitetônico único, é praticamente destruído. O palácio da cidade, a Catedral de Berlim, a ópera, a praça Gendarmenmarkt, prédios ao longo da avenida Unter den Linden e muitos outros são severamente danificados.

O centro de Berlim – destruído pelo bombardeio de 03 de fevereiro (Fonte: www.berliner-zeitung.de)

O bombardeio americano  de 3 de fevereiro de 1945 destruiu completamente 2.296 construções, outras 909 construções foram severamente danificadas e 3.606 foram médio e levemente danificadas. Com o bombardeio, 22.519 moradias foram destruídas e outras 27.017 tiveram que ser evacuadas por causa do risco de desabamento, ficando mais de 120.000 pessoas desabrigadas.

Milhares de pessoas foram mortas durante o ataque áereo de 3 de fevereiro de 1945. Existem diferentes informações/estimativas sobre o número exato de vítimas. Um relatório das Forças Armadas alemãs falava em 2.894 mortos, os militares americanos, por sua vez, estimam que até 25 mil pessoas tenham morrido no bombardeio de 03 de fevereiro.

As vítimas dos ataques aéreos eram principalmente indefesos, em especial mulheres, crianças e idosos. Diferentemente de um soldado no campo de batalha, estas pessoas não tinham a chance de se renderem, só lhes restava tentar se proteger da chuva de bombas que caia do céu.

Nas semanas seguintes Berlim sofreu ainda outros ataques áereos, mas o bombardeio de 3 de fevereiro de 1945 entrou para a história da cidade, ficando na memória de quem o sobreviveu.

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Réveillon na Alemanha: Conheça as tradições e costumes alemães praticados no Ano Novo

O Réveillon é uma das maiores festas que temos ao longo do ano. Para celebrar a passagem de ano e dar as boas-vindas ao novo ano as pessoas cultivam hábitos e praticam tradicionais e simbólicos rituais que geralmente tem o objetivo de trazer paz, sorte, prosperidade e felicidade para o ano que se inicia.

Comemorando um “Silvester” na casa de familiares

As tradições, crenças populares e costumes variam de país para país, de cultura para cultura. No Brasil, por exemplo, temos o hábito de usar roupa branca simbolizando a paz, muitos pulam sete ondas e fazem pedidos para o novo ano, enquanto outros comem lentilhas, romãs ou uvas para ter fartura no ano que começa. Na Alemanha não é diferente, aqui as pessoas também cultivam alguns hábitos e costumes na comemoração de Ano Novo.

Uma mesa (depois do jantar) com coisas típicas para a celebração de Ano Novo

Na Alemanha, a data é chamada de “Silvester”. O nome se origina do Papa Silvestre I (em alemão “Silvester”), pois 31 de dezembro é o dia que o papa santificado – São Silvestre – é lembrado.

Assim como no Brasil, a maior parte das pessoas celebram a passagem do ano na companhia de familiares e amigos. Mesmo não sendo tão marcante como a roupa branca no Brasil muitas mulheres utilizam o dourado ou prata para a festa de Réveillon. Mas no geral, no quesito roupa na Alemanha não tem uma cor ou uma tradição específica – cada um se veste como quiser.

A comemoração e queima de fogos no Portão de Brandemburgo

A maior comemoração pública acontece em Berlim, no Portão de Brandemburgo, com show e grande queima de fogos à meia-noite. É dali que as redes de televisão fazem suas transmissões da “virada do ano na Alemanha”.

As pessoas queimando seus fogos pelas ruas de Berlim

E falando em queima de fogos, esta é provavelmente a tradição de Ano Novo mais marcante na Alemanha. A queima de fogos não é feita somente em festas maiores e organizadas, mas por praticamente todo mundo. As pessoas compram os fogos poucos dias antes do Ano Novo – as lojas são autorizadas a vender somente 2 dias antes do Réveillon e, na verdade, este o único período do ano que é permitido a venda de fogos de artifícios.

E assim, à meia-noite ou pouco depois do brinde da meia-noite, as pessoas vão para as portas das suas casas e prédios e queimam seus fogos. Por todos os cantos das cidades, os céus ficam iluminados pelos fogos de artifício queimados por pessoas privadas. Originalmente a crença é de que os fogos espantariam os maus espíritos, mas em tempos modernos são queimadas por diversão e pela beleza dos seus efeitos e  suas cores.

Enquanto uma amiga derrete seu metal (ao lado + 2 figuras), o outro procura no livrinho o significado da figura que seu metal tomou 🙂

Outro costume praticado na Alemanha na comemoração da virada do ano é o “Bleigießen“. O costume consiste em derreter um pedacinho de chumbo e jogar em um recipiente com água fria de forma que se solidifique rapidamente e na nova forma que o metal assumiu podemos então “ler” o futuro para o ano que se inicia. O produto é vendido para as festas de final de ano – há pacotes com algumas unidades do metal em forma de figuras como trevo, coração, estrela, etc. e uma colherzinha.

E eu derretendo meu metal para ler meu futuro 🙂

A gente coloca a figura de chumbo na colher e sob o calor de uma vela deixamos derreter para jogar na água. Depois usamos muuuito (rsrsrs) a imaginação para interpretar qual figura se formou e olhamos na legenda que vem no pacote o que significa aquela figura e assim “deciframos” o que nos aguarda no futuro 🙂 – eu particularmente gosto desta tradição, acho uma divertida brincadeira. Nos últimos anos, entretanto, o chumbo foi proibido e os fabricantes fazem o produto com outro material, de forma que as pessoas possam manter esta tradição. 

A figura do limpador de chaminé (que ainda traz consigo um cogumelo vermelho) e um trevinho de 4 folhas para dar sorte

Figuras de porquinho, cogumelho vermelho, joaninha, ferradura, limpador de chaminé e trevo de 4 folhas são objetos que de acordo com a tradição alemã trazem sorte e felicidade para o novo ano. As pessoas que cultivam a tradição presenteiam seus familiares ou amigos com estes objetos. Pode ser um chocolate ou marzipan em forma de uma destas figuras.

Mas pode ser também um vasinho com trevos de 4 folhas natural –  eu já ganhei algumas vezes um vasinho de trevo que vem com um bonequinho do limpador de chaminé espetado na terra. Estes vasinhos de trevos naturais é um produto típico desta época do ano. As pessoas podem também simplesmente utilizar estas figuras como elemento decorativo na noite do Réveillon, como por exemplo, guardanapos com alguma destas imagens estampadas.

Os “Knallbonbon”

Outro produto vendido nesta época e que eu diria ser típico (creio que pelo menos para as geracoes mais velhas) para a comemoração de Ano Novo é o “Knallbonbon”, que seria algo como “bala explosiva”. É um produto em forma de uma bala grande e quando aberto tem um som explosivo e de dentro “voa” uma surpresa, que podem ser brinquedinhos de plástico.

Os meus “anéis e pulseira” que ganhei com o “Knallbonbon”

Cada pessoa puxa em uma ponta da bala e quando ele “explode” a pessoa que ficou com a parte maior da embalagem na mão, fica com a lembrancinha.  

Sonhos para a virada do ano

Outra tradição cultivada por muitos na Alemanha é a de comer sonhos na noite do Réveillon. Uma explicação para o hábito seria de que comendo a guloseima os espíritos ficariam satisfeitos e complacentes. Uma outra explicação seria de que a ingestão da guloseima de alto teor calórico já formaria uma reserva no corpo para o jejum da época da quaresma.

E mais sonhos de réveillon

Bem, o porque exatamente tornou-se uma tradição de Réveillon é difícil dizer, fato é que é uma doce e deliciosa tradição 🙂 Ah, porém, há também uma certa tradição de fazer uma pegadinha! Ao comprar os sonhos – que geralmente são recheados com geléia de morango, ameixa, creme de baunilha – pode-se comprar um recheado com mostarda e colocar misturado com os demais. Daí na hora de comer é esperar para ver quem é o “sortudo” de pegar o sonho com mostarda. 

Uma mesa com Raclette

E falando em comida… Um cardápio comum para a noite de Réveillon é o Fondue ou Raclette – duas especialidades suiças, mas que são super popular na Alemanha também. No Raclette, queijo, carnes e legumes variados cortados em pequenas porções vão sendo grelhados em uma grelha elétrica de mesa – cada pessoa vai se servindo, preparando sua próprio “churrasquinho”. Assim como o Fondue, o Raclette é uma comida ideal para grupos menores e realmente legal para a noite de Ano Novo, pois a gente vai  comendo lentamente e por horas, até chegar a meia-noite.    

Comendo Raclette com amigos em algum Réveillon

Assim, como no Brasil perto da meia-noite fazemos a contagem regressiva e à meia-noite brindamos com champagne/prosecco e nos cumprimentamos e abraçamos. A tradicional saudação em alemão para desejar um feliz ano novo é “frohes neues Jahr”.

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A história da árvore de Natal: Como e onde surgiu esta tradição

Aqui estamos às vésperas do Natal e as ruas, estabelecimentos comerciais e residências estão belamente decorados com enfeites natalinos, em especial com árvores de Natal. Mas de onde vem e como surgiu este costume de usar árvores enfeitadas no Natal? E como a tradição de usar árvore de Natal espalhou-se pelo mundo, tornando-se o maior símbolo natalino?  

Acredita-se que um costume pagão tenha originado a tradição da árvore de Natal. Por ocasião do solstício de inverno, os povos germânicos colocavam galhos de pinheiro nas suas casas e aldeias com o objetivo de protegê-las contra os maus espíritos no inverno. Para estes povos as plantas que se mantinham sempre verde simbolizavam vitalidade e fertilidade (nas regiões nórdicas – como aqui na Alemanha – as árvores perdem suas folhagens durante o outono, passam o inverno com galhos secos, mas algumas espécies como os pinheiros se mantém verdes o ano inteiro) – além do verde dar esperança nos meses escuros do inverno para o retorno da primavera.

E dos galhos de pinheiros para a árvore de Natal com enfeites como conhecemos hoje? Muito se discutiu sobre o tema e mesmo entre os especialistas há um pouco de divergência sobre a data/período e local exato do surgimento das primeiras árvores com ornamentos.

De acordo com alguns especialistas, uma primeira menção a uma árvore com enfeites vem do ano de 1419, quando integrantes da associação de padeiros da cidade de Freiburg enfeitaram uma árvore festivamente com frutas e nozes. No ano novo as crianças podiam então balançar a árvore e comer o que o caísse.  De acordo com documentos históricos, em 1539, foi erguida uma árvore de Natal na Catedral de  Estrasburgo – outras fontes, por sua vez, dizem que a primeira árvore de Natal pública teria sido colocada na cidade de Riga na Letônia, no ano de 1510.

Algumas fontes afirmam que no final do século 16 na região da Alsácia já havia tornado-se costume as casas particulares terem árvores de Natal, sendo naquela época decoradas com maçãs, nozes e doces. Outros historiadores, por sua vez, dizem que o costume de enfeitar árvores se disseminou à partir das associações de profissionais. Segundo estes especialistas há registros de 1570 de uma associação de profissionais de Bremer que em sua sede colocou um pequeno pinheiro decorado com maçãs, nozes, tâmaras, brezeln e flores de papel. Outro registro vem de Basel, onde em 1597 alfaiates passavam com uma árvore decorada com maçãs e queijo.

Fato é que ao longo dos séculos séculos 17 e 18 o hábito de enfeitar árvore vai se espalhando de cidade para cidade. Em 1774 Goethe, por exemplo, menciona a árvore de natal em um de seus livros.

Inicialmente os pinheiros eram raros e caros, por isto as árvores de Natal eram um produto para a parcela mais abastada da população. No século 19 florestas de pinheiros foram plantadas para atender a crescente demanda, uma vez que a tradição da árvore de Natal se espalha cada vez mais pelas cidades e também pelo campo.

À partir de 1730, velas passaram a ser usadas como elemento decorativo e à partir da metade do século 19 as árvores passam a ser decoradas com bolas de vidro.

Se há alguma dúvida sobre o ano e local exato do seu surgimento, o que podemos constatar é que a tradição da árvore de Natal tem origem  e se disseminou pelo mundo com o povo alemão (a Alsácia hoje pertence à França, mas no passado foi território alemão).

Por conta de diversos nobres alemães que tinham laços familiares com outras cortes européias, no início do século 19 a tradição da árvore de Natal vai gradualmente se espalhando por outros países da Europa. Ainda no decorrer do século 19, emigrantes e soldados alemães levam o costume para os Estados Unidos e assim em 1891 a Casa Branca ganha sua primeira árvore de Natal. E já no final do século 19, surge nos Estados Unidos as primeiras árvores com luzes elétricas. No século 20 a árvore de Natal se espalha pelo resto do mundo.

Como se pode ver a árvore de Natal não surgiu como um símbolo religioso. Por isto, a igreja católica sempre viu no presérpio um símbolo maior do Natal e por muito tempo viu com olhos críticos as árvores de Natal. Somente na metade do século 20 a igreja aceita o costume e passa a permitir árvores de Natal nas igrejas.  Em 1982, o Papa João Paulo II introduziu a árvore de Natal no Vaticano – naquele ano, a Praça de São Pedro ganha pela primeira vez uma árvore de Natal.

Pinheiros à venda

Hoje em dia a árvore de Natal é presente na maioria dos lares. Na Alemanha a tradição continua sendo usar pinheiros naturais. Importantes praças e monumentos ganham enormes árvores que muitas vezes vem de longe, de outros estados. No período pré-Natal vários pontos de vendas de pinheiros são abertos pelas cidades. E tradicionalmente a árvore é decorada somente nas vésperas do Natal ou no dia 24 de dezembro.

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Sowjetisches Ehrenmal Treptower Park (Memorial de Guerra Soviético no Parque Treptow)

Após a Segunda Guerra Mundial foram construídos em Berlim três memoriais soviéticos para homenagear os 80.000 soldados do Exército Vermelho que morreram durante a Batalha de Berlim – a batalha final da 2ª. Guerra pela conquista de Berlim. Estes memoriais se encontram no parque Tiergarten (Saiba mais sobre o Memorial de Guerra Soviético no parque Tiergarten), no parque Schönholzer Heide e no parque Treptow.

“1941 – 1945” – os anos da 2a. guerra que envolveram a União Soviética

O Memorial de Guerra Soviético no Parque Treptow foi construído nos anos de 1946 a 1949, em um ponto do parque que no passado se encontrava um grande gramado para esportes e recreação, sendo inaugurado exatos quatro anos após o fim da II Guerra Mundial, no dia 08 de maio de 1949.

Responsável pela concepção do Memorial de Guerra Soviético no Parque Treptow – cuja mensagem principal a ser transmitida é a libertação do nazismo – foi um grupo de artistas liderados pelo arquiteto Jakow S. Belopolski, pelo escultor Jewgeni W. Wutschetitsch, pelo pintor Alexander A. Gorpenko e pela engenheira Sarra S. Walerius.

Um dos caminhos que leva ao ponto central do memorial

Assim como os outros dois memoriais, o  Memorial de Guerra Soviético no Parque Treptow não tem somente a função de homenagear os soldados mortos, mas também funciona como cemitério. Apesar de visualmente não lembrarem um cemitério, de terem um design mais artístico, nestes memoriais foram sepultados milhares de soldados soviéticos que perderam suas vidas na guerra.  No Memorial de Guerra Soviético no Parque Treptow foram sepultados 7 mil soldados.

Homenagem aos mortos

O Memorial de Guerra Soviético no Parque Treptow é o mais impressionante dos três memoriais devido às suas dimensões monumentais e imponentes elementos que o compõem. O memorial é também o maior de todos, ocupando uma área com cerca de 10 hectares.

As dimensões monumentais do memorial

O elemento principal do Memorial de Guerra Soviético no Parque Treptow é uma monumental estátua de bronze, que tem uma altura de mais de 11 metros e pesa 70 toneladas, representando um soldado soviético. Este soldado carrega em seu braço uma criança alemã que foi salva e na outra mão carrega uma espada inclinada para baixo. Sob seus pés encontra-se uma suástica despedaçada simbolizando assim a vitória sobre o nazismo.

O elemento principal do memorial: a escultura do soldado soviético

A estátua do soldado soviético, uma obra do escultor Jewgeni Wutschetitsch, encontra-se sobre uma base arredondada, construída no topo de uma colina. O conjunto da colina, da base e da escultura forma um elemento com 30 metros de altura, tornando o monumento do soldado mais imponente ainda.

A base na qual a estátua se encontra é um pavilhão, na verdade um mausoléu e seu interior é decorado com belos mosaicos com cores fortes que retratam os representantes das 16 repúblicas da União Soviética homenageando os mortos. Uma escadaria leva até a base do mausoléu.

O belo painel em mosaico no interior do mausoléu

A escultura do soldado encontra-se em uma ponta do memorial. No outro extremo encontra-se a escultura intitulada “Pátria Mãe” – a escultura de uma mulher com semblante triste representando uma mãe, uma nação que chora por seus filhos perdidos na guerra.

As bandeiras estilizadas

Mais adiante da escultura “Pátria Mãe”, em direção ao monumento do soldado, encontram-se duas estruturas com formato de triângulo descendente de granito avermelhado e com o símbolo da União Soviética – a foice e martelo – marcado no topo. Na lateral de cada uma delas, encontra-se a escultura de um soldado. Estas estruturas, que ficam uma de cada lado, me lembram paredões espessos que juntos formam um portal. Mas elas representam a bandeira estilizada da União Soviética.

Escultura de soldado na lateral da bandeira estilizada

O espaço central entre as bandeiras estilizadas e o monumento do soldado é ornamentado com cinco grandes quadrados de gramado que são simbolicamente projetadas como sepulturas comuns. Os quadrados de gramado são emoldurados por um piso em mosaico.

A visão dos 5 gramados

À esquerda e à direita do eixo central, se enfileiram oito blocos de pedra branca de cada lado que são decorados com detalhes em auto-relevo que retratam os sofridos anos da 2. Guerra. Os 16 blocos representam as antigas 16 repúblicas da União Soviética.  Próximo aos blocos encontram-se plátanos e sob a área destas árvores estão discretamente sepultados os 7 mil soldados.

Os blocos enfileirados nas laterais
O imagem em alto-revelo de um dos blocos

As entradas do Memorial de Guerra Soviético no Parque Treptow, que pode ser acessado pelas ruas “Puschkinallee” ou “Am Treptower Park”, são ornamentadas por portais em arco, que lembram um arco do triunfo. Nos portais encontram-se textos aos soldados mortos, nos idiomas russo e alemão. Um curto caminho levará ao ponto onde encontra-se a escultura da “Pátria Mãe”.

O portal de entrada – um arco do triunfo

Todos os anos, os soldados soviéticos mortos e a libertação de Berlim é lembrada e coroas de flores são depositadas no Memorial de Guerra Soviético no Parque Treptow.

Preço:  Grátis

Endereço: Am Teptower Park ou Puschkinallee – Berlim – 12435

Como Chegar:
Ônibus: Linha 165, 166 ou 265, parada “Herkomerstr.” ou “Sowjetisches Ehrenmal
S-Bahn: Linhas S9, S41 estação Treptower Park – O memorial fica a 10-15 minutos de caminhada da estação

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Castelo de Schwerin – Um castelo de contos de fadas

Com suas marcantes torres de tamanhos variados  e formas, diversas alas com fachadas ricamente ornamentadas e ainda cercado pelas águas, o Castelo de Schwerin é simplesmente deslumbrante!!! Para mim, este é um dos castelos mais bonitos que já vi na Alemanha (e olha que sou fã de castelos e palácios e já vi e visitei muitos neste país rsrrs!!).

O Castelo de Schwerin é ornamentado com diversas torres e muitos elementos decorativos lembrando mini-torres que costuma-se dizer que “há uma torre para cada dia do ano” 🙂

Algumas das diversas torres do castelo

Bem, não chega a tanto! O castelo tem precisamente 15 torres – a mais alta delas tem 75 metros de altura. Mas adicionadas a elas, tem-se ainda 24 chaminés ricamente decoradas com detalhes que lembram mini templos. Além disto o topo do castelo é ornamento com cerca de 100 elementos decorativos pontiagudos.

O Castelo de Schwerin, que em alemão diz-se Schloss Schwerin, se localiza na cidade de Schwerin , que é a capital do estado de Mecklenburg-Vorpommern na região norte da Alemanha. A cidade se localiza entre Berlim e Hamburgo, ficando a cerca de 220 quilômetros de distância de Berlim e a cerca de 110 quilômetros de Hamburgo.

O castelo na pequena ilha

O Castelo de Schwerin é o cartão-postal da cidade e também sua principal atração. O castelo situa-se em uma pequena ilha do Lago de Schwerin, inserido em uma paisagem idílica e romântica. Esta ilha fica bem próximo da margem, não sendo necessário barco para chegar até ela, o acesso é feito por uma ponte.

A vista do Castelo Schwerin com seu jardim

A visão do Castelo de Schwerin é bem impressionante – não importa de qual lado o vemos, seja de frente, de lado, dos fundos ou do alto – é sempre uma vista magnífica. A imponente obra arquitetônica ainda é complementada por agradáveis jardins com belas obras de arte como esculturas, fonte e etc. Os amantes de fotografia (como eu!!) encontram diversas belas perpectivas e muitos cenários e pano de fundo perfeitos para fotos.

Eu já visitei o Castelo de Schwerin duas vezes e nas duas vezes a minha reação foi de “Uau!!!”. É realmente um castelo super imponente e majestoso. E sem dúvidas o castelo causa esta impressão não somente a mim – muitos costumam se referir ao Castelo de Schwerin como “o castelo de Cinderela”, como “um castelo de conto de fadas” ou ainda como “o Neuschwanstein do Norte” (se referindo a outro famoso e belíssimo castelo da Alemanha).

Um pouco da história do Castelo de Schwerin

O Castelo de Schwerin deve sua aparência atual principalmente a remodelações no século 19, mas sua história é bem mais antiga e em seus primórdios foi muito mais modesto.

A história do Castelo de Schwerin se remonta aos tempo da Idade Média. Segundo registros e indícios arqueológicos, já no século 10, havia no local um forte, construído pelos Polábios – um povo eslavo que habitava a região nesta época.

Após tentativa de conquista do local por povos germânicos, o forte é destruído pelos próprios Polábios, que abandonam o local. No mesmo lugar, Henrique, o Leão constrói um outro forte em 1160. No século 14, os duques de Mecklemburg, descendentes diretos dos eslavos, compram o forte e fazem dele sua residência. Nos séculos seguintes o forte vai passando por inúmeras construções e remodelações.

No século 16, sob o comando do duque de Mecklenburg João Alberto I, o forte passa por sucessivas mudanças que vão o transformando em uma residência mais representativa.  Na primeira metade do século 17, teve início uma das remodelações mais extensivas e que deveria transformar o  Castelo de Schwerin em um castelo no estilo do Renascimento holandês, mas por conta da Guerra dos 30 Anos, as obras foram interrompidas.

No século 18, o Castelo de Schwerin entra numa fase de estagnação – a situação política interna impede novas construções e em  1763 os duques mudam a corte para Ludwigslust e com isto o foco para a construção do novo palácio nesta cidade.

Finalmente, no início do século 19, sob o comando do duque Frederico Francisco II, começa a remodelação do Castelo de Schwerin que lhe deu sua atual aparência. Preservando algumas partes antigas,  o castelo é reconstruído no estilo do Renascimento francês entre os anos de 1843 e 1857, sendo solenemente inaugurado em 26 de maio de 1857.  

A escultura de Frederico Francisco II

Com o fim da monarquia na Alemanha em 1918, o Castelo de Schwerin passa a ser propriedade do Estado em 1919 e à partir de 1921 partes são abertas ao público como museu. No final da 2ª. Guerra Mundial é instalado um hospital militar e após a guerra o castelo abriga instituições variadas como uma escola pedagógica e um museu politécnico.   

A riqueza de ornamentos na fachada

Depois da Reunificação da Alemanha, o Castelo de Schwerin – que se localiza em um estado que pertenceu a antiga Alemanha Oriental, passa por restaurações e à partir de 1990 abriga o parlamento do estado de Mecklenburg-Vorpommern.

A visita ao Castelo de Schwerin

Algumas vezes por conta do rigoroso inverno da Alemanha recomendo que certas atrações sejam visitadas preferencialmente nos meses de primavera a outono, mas o Castelo de Schwerin é tão bonito e majestoso que vale a pena uma visita em qualquer época do ano.

A vegetação ao redor do castelo ainda seca

A primeira vez que o visitei era final de inverno, a vegetação ainda estava seca, sem folhas e a segunda vez foi no verão, com tudo verdinho ao seu redor.

Um dos salões do Castelo Schwerin

O castelo é uma obra arquitetônica tão impressionante que você já levará belas recordações se visitá-lo somente por fora. Mas uma visita interna também vale muito a pena. Apesar de boa parte do mobilário original ter se perdido, ainda pode-se ver o suntuosidade dos cômodos, com sua bela arquitetura interior.

Os suntuosos e ….

Nos cômodos dominam os tons fortes, o dourado e a madeira: as paredes são cobertas por madeira trabalhada,  tecido de cores fortes ou ornamentos em alto relevo; o teto é ornamentado com estuques ou ricos entalhes em madeira; e o piso consiste de belos mosaicos de madeira.

… belamente ornamentados salões do castelo
Salão com tom forte e belo piso de madeira

Além de deslumbrante, majestoso, belo, um outro adjetivo que também posso usar para definir o Castelo de Schwerin é “colossal”, pois ele tem 653 cômodos. Mas é claro que durante a visita temos acesso a um número infinitamente menor de cômodos.

Um dos cômodos do castelo e a prataria exposta

A visita ao castelo pode ser por conta própria ou dentro de um tour guiado, que foi o que fizemos (no caso em alemão!), pois a visita torna-se mais rica e proveitosa. Os cômodos abertos a visitação se encontram distribuídos em 3 andares.

Aqui o azul da o tom nas paredes!

Durante a visita pode-se apreciar as dependências particulares, sociais e representativos antigamente usadas pela família grão-ducal, passando entre outros pelas antigas sala de jantar e sala do chá e antigo quarto infantil.

A sala do trono

O ponto alto da visita interna ao Castelo de Schwerin é o Sala do Trono – um suntuoso salão em estilo neo-renascentista. A Sala do Trono foi concluída em 1858 e é ricamente ornamentada com colunas de mármore nas paredes e o teto com pinturas e com detalhes em alto relevo predominantemente em branco e detalhes dourados.  A sala é simplesmente majestosa, digna de qualquer nobre. 

Detalhes dos ornamentos na sala do trono
As pinturas no teto da sala do trono
o belo trabalho do piso em madeira na sala do trono

Outro destaque é a chamada “galeria dos antepassados” – uma sala com quadros que mostram os integrantes da família grão-ducal.

A galeria dos antepassados

Também muito interessante é a Biblioteca, a qual é toda decorada em madeira, do piso ao teto, passando pelas paredes. No passado 12 prateleiras de carvalho abrigavam a coleção de livros do Grão-Duque, mas quando abdica em 1918, o nobre leva a coleção para Ludwigslust, onde permaneceu até 1945. Depois disto, a coleção inteira desapareceu.

A biblioteca

Em algumas das salas, encontram-se expostas pinturas, esculturas, obras de arte e alguns móveis e acessórios preciosíssimos.  Os destaques do acervo, ficam por conta da exposição de prataria com cerca de 100 objetos e da coleção de porcelanas com cerca de 380 objetos, incluindo peças das famosas manufaturas Meissen e KPM. Vale ainda mencionar a exposição de armas de caça dos nobres que se pode ser vista.

Exposição de pocelanas
Objetos expostos

– Os jardins do Castelo de Schwerin

E como a maioria dos palácios, o Castelo de Schwerin também tem belos e agradáveis jardins que são um convite para um passeio, principalmente nos meses entre a primavera e o outono quando está florido, com a vegetação verdinha ou colorida com as cores do outono.

Lindos canteiros ornamentais compõem o jardim

Na verdade o Castelo de Schwerin tem jardins e um parque. Os jardins encontram-se no entorno do castelo ainda na ilha onde ele se situa enquanto o parque fica fora da ilha.

Exuberantes árvores e belos canteiros ornamentam o jardim

O castelo tem suas laterais ornamentadas por exuberantes árvores e bonitos canteiros. Na parte dos fundos do castelo tem um jardim com dois níveis: na parte superior encontram-se canteiros ornamentais e belas esculturas clássicas e na parte inferior, parcialmente circundados por uma colunada em meia lua, encontram-se canteiros com formas geométricas e uma fonte.

Belas esculturas decoram o jardim
O jardim na parte inferior

O jardim na parte inferior encontra-se em frente a Orangerie – que são construções ou alas de palácios com a função de estufa, ou seja, para abrigar as plantas sensíveis ao frio nos meses de inverno.

O jardim com a Orangerie ao fundo

Hoje a Orangerie também é aberta ao público para abrigar eventos fechados como uma festa de casamento, jantar, etc. e também funciona como restaurante nos meses de abril a outubro. Algumas mesas são dispostas do lado de fora, embaixo de uma bonita passagem com teto em arcos.

O restaurante na Orangerie

Na nossa segunda visita ao Castelo de Schwerin até tentamos almoçar na Orangerie, mas estava lotada e a gente já com bastante fome não queria esperar mais ainda por isto fomos almoçar em outro lugar. Mas no final da tarde, voltamos lá para tomar um café e comer uma torta.

A gruta artificial de pedras

Próximo da área da Orangerie encontra-se uma gruta artificial de pedras – você pode passar por baixo ou subir no topo e dali apreciar a vista do lago e do castelo. E do outro lado, em frente tem uma mini ilha chamada de “ilha do amor” que é interligada com a ilha do castelo por uma pequena ponte e na qual encontram-se algumas árvores e bancos. 

A “Ilha do Amor”

Um pouco mais adiante encontra-se uma ponte que leva ao parque. Logo depois de uma curta alameda já vemos a imponente escultura do duque Frederico Francisco II. À sua direita e esquerda túneis verdes e atrás o “canal da cruz” pois tem este formato.

A fonte e colunada ao fundo

O parque é composto basicamente por muitas árvores, alamedas e gramados que ficam cheio de gentes nos dias com temperaturas agradáveis. O parque é praticamente envolto por canais por isto tem muitas pontes pelos caminhos e alamedas.

Canais cortam o parque

Informações práticas sobre o Castelo de Schwerin

Endereço: Lennéstraße 1, 19053 Schwerin

Como chegar: 
Nós fomos de Berlim para Schwerin de carro, mas a cidade pode ser acessada de trem, havendo conexão direta tanto a partir de Hamburgo, quando de Berlim.  Clique aqui para acessar o site da Deutsche Bahn, a empresa alema de trens.

Chegando na cidade, o Castelo de Schwerin é de super fácil acesso, pois se localiza a poucos passos do centro histórico de Schwerin.

Horário de funcionamento:
De 15 de abril a 14 de outubro: De terça a domingo das 10 às 18 horas

De 15 de outubro a 14 de abril: De terça a domingo das 10 às 17 horas

Portanto, observe que às segundas-feiras o Castelo de Schwerin é fechado para visitação interna!

–> Os jardins e parque são aberto todos os dias do ano, sendo que os jardins na ilha do castelo fecham ao escurecer.

Preço da visita interna: 8,50 euros / 6,50 euros reduzida (crianças e jovens com menos de 18 anos tem entrada gratuita).

Tour guiado (valor cobrado adicional ao ingresso): 3,00 euros / 2,00 euros reduzida.

O acesso aos jardins e parque é livre!

Hospedagem em Schwerin

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