O Palácio Glienicke foi a residência de verão do príncipe Carlos da Prússia, filho do rei prussiano Frederico Guilherme III. Os palacetes da Itália serviram de inspiração para projetar o palácio, localizado nas margens do rio Havel, na divisa de Berlim com Potsdam.

O Palácio Glienicke fica afastado do centro de Berlim, mas se você tiver um tempinho a mais na cidade, este é um passeio que vale muito a pena. O Palácio Glienicke em si é pequeno e relativamente simples, mas está dentro de um parque composto por um conjunto harmonioso de edificações, pavilhões e belos jardins que são um convite para um agradabilíssimo passeio.

A área no entorno do palácio, cercado por muita natureza e pelo rio, é bem idílica e dali tem-se uma bela vista de outros pontos. Inclusive, o palácio fica ao lado da Ponte de Glienicke, que é conhecida como a “ponte dos espiões” e que foi até tema de filme de Hollywood há alguns anos. Clique no link para saber mais. Atravessando a ponte, você já se encontra na cidade de Potsdam.  

A História do Palácio Glienicke

Assim como seu pai, o príncipe Carlos da Prússia tinha grande interesse pela cultura da antiguidade e mais entusiasmado ainda ficou com a harmonia entre paisagem, arquitetura e antiguidade após sua primeira viagem pela Itália. Com estas impressões na cabeça, quando retorna da sua viagem em 1823, o príncipe deseja realizar o sonho de ter um palacete italiano na sua terra natal, em Berlim.

Em 1824 o príncipe Carlos da Prússia compra dos herdeiros do Conde de Hardenberg uma propriedade que originalmente foi construída entre 1751 e 1753 e que ao longo das décadas seguintes passou por modificações. Esta propriedade é a base para o príncipe Carlos da Prússia realizar o seu “sonho italiano”.  

A propriedade que era composta por algumas edificações vai passando por modificações no decorrer dos anos seguintes para transformá-la no Palazzo italiano desejado pelo príncipe. Sob o comando do famoso arquiteto da corte Karl Friedrich Schinkel as edificações vão sendo remodeladas e novos elementos vão sendo adicionados.

Primeiro, entre 1824 e 1825, uma casa menor, que leva o nome “Casino”, próximo a margem do rio Havel é construída. Nela encontram-se dois pequenos salões no térreo para festas de verão e um apartamento no andar superior para os hóspedes. Suas janelas altas permitem uma bela vista do rio  e da área circundante. Em ambos os lados da casa encontram-se colunadas emolduradas por parreiras.

Entre 1825 e 1827 a antiga casa principal é transformada em um palácio neoclássico  – uma construção em formato de “U” com 2 andares. Atrás do palácio, em um pátio, encontra-se um pequeno jardim fechado com uma fonte no meio.

O interior do palácio, Schinkel projetou em estilo clássico e simples, distinguindo os cômodos com cores fortes. Tem uma sala vermelha, um salão verde, assim como um quarto azul-turquesa e uma biblioteca azul escuro. O mobiliário do palácio também foi desenhado por Schinkel.

Ao lado do jardim do pátio encontra-se uma outra ala que foi remodelada em 1828 e é chamada de “Kavaliershaus” –  edificação que tinha a função de estábulo, assim como também tinha aposentos para os funcionários. Adjacente a Kavaliershaus, encontra-se outra ala chamada de Remise e entre estas duas alas uma estreita torre que foi construída em 1832.

Em 1838 Schinkel adiciona a Fonte dos Leões ao complexo, que foi inspirada em um modelo da Villa Medici em Roma. Nas laterais de uma fonte redonda, do topo de uma base sustentada por colunas, 2 leões dourados jorram água.

Estes leões vieram de São Petersburgo e foi um presente que o príncipe Carlos  ganhou da sua irmã Charlotte, que se casou com o futuro czar Nicolau I e que depois passou a ser chamada de czarina Alexandra Feodorovna.

A fonte dos leões, que se localiza na frente do palácio é muito bonita – em dias de sol, quando a luz bate, os leões dourados ficam ainda mais chamativos.

Sobre uma base mais elevada, próximo a fonte dos leões, encontra-se um pergolado construído entre 1840-1842 por Ludwig Persius – um funcionário de Karl Schinkel.

O banco em forma de meia lua ganha a sombra de um teto em formato de leque e que tem uma delicada pintura na parte interna. O  pergolado é sustentado na parte traseira por colunas iguais e na parte da frente, no centro, por uma por uma bela coluna-escultura.

Dois pavilhões também enfeitam e complementam o complexo do palácio, que forma o chamado Parque Glienicke. Um dos pavilhões é chamado de “Kleine Neugierde” (“Curiosidade Pequena”) e é uma construção que parece um pequeno templo romano.

O outro pavilhão leva o nome de “Große Neugierde” (“Curiosidade Grande”) e se destaca de longe com seus detalhes dourados. Estes pavilhões tem estes nomes pois diz-se que o casal real e seus convidados gostavam de observar o movimento na estrada de Berlim para Potsdam.

O “Große Neugierde” foi feito em 1835 após a construção da Ponte de Glienicke que fica a pouco metros do palácio. Trata-se de um pavilhão redondo localizado no canto do parque e oferece uma vista  para a ponte.

O “Große Neugierde” é rodeado por 16 colunas interligadas por grades douradas. No teto e topo ornamentos dourados decoram e embelezam o pavilhão.

No palácio e pavilhões vê-se o entusiasmo do príncipe pela Antiguidade – algumas paredes são ornamentadas com fragmentos da antiguidade, assim como também podemos ver fragmentos de antigas colunas “jogadas” pelos gramados.

Entre o “Casino” e o palácio encontra-se a última construção adicionada ao complexo – o  “Klosterhof” (“Pátio do mosteiro”) que foi projetada por Ferdinand von Arnim em 1850. A edificação composta de um pátio e um átrio foi construída utilizando componentes antigos que vieram da Itália. 

Pelo parque encontram-se ainda outras construções como a casa da estufa (“Orangerie”), a casa das máquinas e a casa do jardineiro que também foi feita em estilo italiano.

O projeto paisagistíco do parque ao redor do palácio fica por conta de Peter Joseph Lenné, que já o inicia em 1816 quando a propriedade ainda pertencia a outra pessoa e sob o príncipe Carlos o paisagista dá continuidade a seus planos. Lenné  criou um projeto paisagístico composto por matas, gramados, jardins e lagos.

Após a morte do príncipe Carlos da Prússia em 1883, o Palácio de Glienicke vai sendo negligenciado. Durante a Segunda Guerra Mundial serviu de enfermaria e após a guerra foi usado por um curto tempo por oficiais do Exército Vermelho.

A partir dos anos 1950, o palácio e alas adjacentes são usadas como hotel esportivo e à partir de 1976 passa a abrigar uma escola.

Hoje em dia o Palácio Glienicke é aberto ao público como museu. Em uma parte pode-se conhecer seus cômodos decorados com mobiliários e artes desenhados por Karl Schinkel. Em outra ala funciona o  “Museu do Jardim da Corte” que conta a história dos jardineiros da corte prussiana e suas obras.

Informações Práticas

O Palácio Glienicke é aberto de terça a domingo, das 10 às 17:30hs nos meses de abril a outubro e nos meses de novembro a março abre somente aos sábados e domingos das 10 às 16:00 horas. A visita ao palácio é feita somente dentro de um tour guiado.

O Parque Glienicke por sua vez é aberto o ano inteiro das 8 horas até o entardecer e a entrada é livre.

Nesta área onde o Palácio Glienicke se encontra não há comércio e restaurantes – como mencionei inicialmente, está cercado pela natureza. Mas em uma das alas que compõe o complexo, na Remise encontra-se o elegante e sofisticado restaurante Lutter & Wegner.

Infelizmente o restaurante abre somente de sexta a domingo e também pode acontecer, de mesmo nestes dias, ficar fechado para o público em geral, por causa de eventos fechados.

O Lutter & Wegner, que tem outras filiais em Berlim, serve a culinária alemã-austríaca, sendo seu tradicional Schnitzel famoso.

Preço: Clique aqui para ver

Endereço: Königstraße 36 – 14109 – Berlin  

Como Chegar:
Para chegar até a ponte Glienicke você deve pegar a linha S7 (que passa, por exemplo, pelas estações Alexanderplatz e Friedrichstraße) em direção a Potsdam Hbf e descer na estação Wannsee. Na estação Wannsee pegue a linha de ônibus 316 na direção Glienicker Brücke e desça no ponto final.

Observação: A linha de ônibus 316 não circula com muita frequência, dependendo do horário passa a cada 40 minutos. Então você pode programar melhor sua visita usando a ferramenta do BVG para calcular uma rota.

Atrações Próximas: Glienicker Brücke (Ponte Glienicke)

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