Um passeio inusitado: Conhecendo o cemitério Südwestkirchhof Stahnsdorf

Enquanto vivia no Brasil eu tinha uma má impressão de cemitérios, acho que até um certo medo mesmo (rsrsrs). Jamais seria um lugar que eu visitaria se não fosse para o sepultamento ou visita ao túmulo de algum familiar ou conhecido.

Acho que esta imagem sinistra que tinha é porque os cemitérios que conhecia tem aqueles túmulos e imponentes mausoléus muito próximos uns dos outros, muito fechado ou em outros casos somente o espaço da cova com uma cruz – sem muito gramado ou verde, ou seja, sem sinal de natureza, de vida.

Daí vim morar em Berlim e logo nos primeiros dias resolvi dar um passeio pelas imediações de onde morava. Andando por uma rua, adiante vi um monte de árvores e pensei “ah, que legal! Tem outro parque perto de casa” (pois eu já sabia e conhecia um parque nas imediações). Este “parque” tinha um portal de entrada bonito, mas nem me dei conta de ler o que estava escrito – até porque não teria entendido muito (rsrsrs), uma vez que estava começando a aprender o idioma alemão. Bem, entrei no parque, admirando as árvores, flores e o verde, mas ao prestar mais atenção comecei a ver lápides e daí me dei conta que estava em um cemitério – daí já saí imediatamente.

Com o tempo fui vendo que boa parte dos cemitérios daqui são muito verdes, com gramados ou arbustos e árvores, muitas vezes lembrando um parque – sendo realmente até visitados por algumas pessoas como um local para fazer uma caminhada por suas alamedas arborizadas. Em geral, os túmulos são marcados por lápides de pedra ou mármore e muitos decorados com plantas e flores.

Com estas novas impressões fui perdendo o “medo” de cemitério :-). Tanto que recentemente fui até fazer um passeio em um cemitério, no “Südwestkirchhof Stahnsdorf”. E para minha surpresa foi um passeio bem agradável. O Südwestkirchhof Stahnsdorf é um cemitério-bosque e gigantesco – em determinados pontos nem lembra ser um cemitério, a sensação que temos é que estamos no meio de uma floresta mesmo (no cemitério se encontram 200 mil árvores). E como estive lá no período de outono, estava muito bonito, com muitas folhagens em tons amarelo e alaranjado.

Com uma área de 206 hectares o Südwestkirchhof Stahnsdorf é o segundo maior cemitério da Alemanha (o maior é o cemitério Ohlsdorf em Hamburgo) e um dos maiores do mundo. Este cemitério pertence a comunidade evangelica-luterana de Berlim, mas se encontra fora dos limites da cidade, estando localizado na comunidade de Stahnsdorf pertencente ao estado de Brandemburgo.

No cemitério Südwestkirchhof Stahnsdorf encontram-se os túmulos de diversas personalidades dos setores das artes, da política e das ciências. É lá que estão sepultados o escritor Theodor Fontane, o arquiteto Walter Gropius, o cartunista Heinrich Zille e Werner von Siemens, o fundador da empresa Siemens (assim como vários integrantes da família) – dentre muitas outras personalidades alemãs.

Uma vez que no cemitério estão sepultados diversos ricos e famosos, encontram-se muitos túmulos e mausoléus grandiosos e imponentes – alguns parecendo pequenos templos e pavilhões da antiguidade, sendo verdadeiras obra de arte. Inclusive, devido ao grande número de mausoléus de valor histórico e por conta do seu caráter florestal, o cemitério Südwestkirchhof Stahnsdorf está na lista de monumentos de Brandemburgo.

Alguns blocos do cemitério são dedicados a túmulos de soldados: em um bloco encontram-se os túmulos de 1650 soldados italianos mortos na 1ª. Guerra mundial.

Vizinho ao bloco dos soldados italianos, encontra-se o bloco dos soldados britânicos também vítimas da Primeira Guerra Mundial, com 1172 sepulturas. Eu achei belíssimo, com as lápides branquinhas padronizadas distribuídas no vívido gramado. Inclusive, a rainha Elizabete durante uma visita a Alemanha, visitou o local em 03 de novembro de 2004 e prestou sua homenagem aos soldados.

Do conjunto do cemitério faz parte também uma capela, construída entre 1908 e 1911, e cuja inspiração foram as igrejas de madeira da Noruega. Tanto a parte exterior como interior da capela são de madeira, sendo que o interior tem uma pintura discreta e elegante.

O cemitério Südwestkirchhof Stahnsdorf já serviu de cenário de filmes e séries nacionais e internacionais como o filme “Manifesto” com Cate Blanchett e a série Dark da Netflix, dentre outros.

Túmulo expressionista de Julius Wissinger

História do cemitério Südwestkirchhof Stahnsdorf

A história do cemitério Südwestkirchhof Stahnsdorf se inicia no início do século passado e foi também marcada pelos turbulentos acontecimentos políticos do século 20.

Com o elevado crescimento populacional em Berlim na segunda metade do século 19 e início do século 20 surge também a escassez de locais para sepultamento dentro dos limites da cidade. Com isto, as paróquias da Associação Sinodal da Cidade de Berlim decidem comprar terrenos nos arredores da cidade para construir novos cemitérios.

E assim surge o cemitério Südwestkirchhof Stahnsdorf. Responsável pelo projeto foi o paisagista Louis Meyer que idealizou um cemitério com aparência natural se assemelhando a uma floresta. O cemitério Südwestkirchhof Stahnsdorf é aberto em 28 de março de 1909 e poucos dias depois acontece o primeiro sepultamento.

Como o novo cemitério ficava distante das paróquias, foi construído uma linha de S-Bahn com mais de 4 quilômetros ligando a estação de Wannsee ao cemitério Südwestkirchhof Stahnsdorf. A linha entra em funcionamento em 1913 e transportava não somente as pessoas ao cemitério, como também os caixões, sendo que para isto foram instalados vagões especiais. Na época a linha era popularmente chamada de “expresso da viúva”ou “linha do defunto”.

Após a Primeira Guerra Mundial, os governos britânico e italiano adquiriram cerca de 1 hectare cada um para sepultar seus soldados que morreram como priosioneiros de guerra da Alemanha.

Durante o período nazista, por conta dos planos do arquiteto Albert Speers para transformação de Berlim em “Germania” cerca de 15 mil túmulos foram transferidos para Südwestkirchhof Stahnsdorf, uma vez que antes de encontravam em cemitérios que estavam no meio do planejado Eixo Norte-Sul. Por isto que no cemitério se encontram túmulos mais antigos que o próprio cemitério.

Com o fim da 2ª. Guerra Mundial e a divisão da Alemanha, o cemitério Südwestkirchhof Stahnsdorf ficou do lado Oriental. À partir de 1953, os berlinenses ocidentais só podiam visitar seus mortos com autorização especial. Com a construção do muro de Berlim em 1961 o cemitério cai no isolamento uma vez que está em território de fronteira. Neste mesmo ano a linha de S-Bahn para de funcionar, os trilhos são desmontados e mais tarde a antiga estação já degrada e em ruínas é demolida. Neste período o cemitério degrada e no início dos anos 1990 acontecem somente 80 sepultamentos por ano.

Endereço: Bahnhofstraße, 2 – Stahnsdorf – 14532

Horário de Funcionamento:
De 1º. de abril a 30 de setembro: Das 7 às 20 horas
De 1º a 31 de outubro e de 1º a 31 de março: Das 7 às 18 horas
De 1º de novembro a 28 de fevereiro: Das 8 às 17 horas

Pfunds Molkerei – A “loja de laticínios mais bonita do mundo”

Em um recente final de semana que passamos na cidade de Dresden ouvimos falar da “loja de laticínios mais bonita do mundo”. Eu achei muito interessante e curioso uma loja levar este título e ainda brinquei que os alemães são campeões em marketing, pois nos guias de viagem das cidades e regiões sempre tem uma “cachoeira mais alta da região tal” ou “o moinho de madeira mais antigo de tal estado” – ou seja, sempre fazem uma atração de algo que muitas vezes nem é tão superlativo (rsrsrs).

Mas mesmo assim fomos conhecer a loja pois fiquei curiosa e ainda era relativamente perto de onde estávamos hospedados (neste link eu falo sobre o hotel onde nos hospedamos que é instalado em um antigo palácio). E para minha surpresa, chegando em frente ao local havia 2 ônibus de turismo com placa da Suiça dos quais descia bastante gente. Ou seja, a loja é bem famosa e um ponto turístico bem popular de Dresden. Mas a maior (e agradável) surpresa mesmo foi a loja em si, seu interior e sua decoração.

Eu nunca tinha visto uma loja assim e realmente a achei belíssima – fiquei convencida que ela merece o título (rsrsrs). Ah! E diga-se de passagem, a loja foi registrada em 1997 no Guinness Book (o Livro dos Records) como a “loja de laticínios mais bonita do mundo”!

A loja é toda revestida com azulejos coloridos: paredes, chão, teto e balcão são cobertos com azulejos pintados com motivos da indústria de laticínios, motivos florais e animais – especialmente bois e vacas. Estes azulejos foram produzidos, em conjunto com artistas de Dresden, pela Villeroy and Boch – uma tradicional empresa alemã de cerâmica e que produz serviços de mesa, vasos, etc..

Próximo ao balcão há uma fonte de leite também de azulejos coloridos. Entretanto esta fonte é uma réplica que foi feita em 2009, pois a original está desaparecida a mais de 50 anos.

Mas a loja não é só para ser admirada como também oferece produtos! Além de leite fresco, queijos e outros derivados do leite, na loja é vendido também geléias, mel, assim como acessórios super fofos como leiteiras e outros produtos de cerâmica. Quando estivemos lá – início de outubro – já vendiam também Weihnachtsstollen, que é um produto típico de Natal. E no andar superior encontra-se ainda um restaurante que oferece a culinária tradicional alema.

A história da loja Pfunds Molkerei

A história da Pfunds Molkerei já é bem longa – este ano de 2020 completou 140 anos anos da sua fundação. Tudo começou em 1879 quando Paul Gustav Leander Pfund, um agricultor de uma vila chamada Reinholdshain, se muda para Dresden e abre uma loja na Görlitzer Straße com o objetivo de oferecer diariamente leite fresco para os moradores da cidade. Até então o leite vinha de sítios e fazendas localizadas nas imediacoes e era vendido pela cidade em carrocas, sem refrigeração, correndo assim o risco de estragar, principalmente nos meses de verão. Para garantir o frescor de seus produtos, Paul mantinha os estábulos para as vacas em Dresden e os clientes podiam até ver o leite sendo tirado das vacas antes de ser colocado a venda.

Um ano mais tarde Friedrich Pfund – o irmão de Paul – se junta ao negócio e assim é fundada a empresa Dresdner Molkerei Gebrüder Pfund em 1880. Tanto as vendas como a produção da empresa logo crescem consideravelmente e já em 1891 se mudam para o local atual na Bautzner Straße.

Felizmente a loja sobreviveu aos bombardeios da 2ª. Guerra mundial, mas a empresa foi estatizada pelo governo comunista em 1972 (Dresden se localiza na parte que pertencia a Alemanha Oriental) e acabou sendo fechada em 1978. Felizmente, com a Reunificação da Alemanha, a loja foi reaberta nos anos 1990.

Endereço: Bautzner Straße, 79 – Dresden – 01099

Observação: Quando entrei a loja estava bem cheia por conta dos ônibus de turismo e vi pessoas tirando foto, mas em uma parede vi uma placa dizendo que era proibido tirar foto. Eu fiquei confusa, sem saber se a proibição se referia a somente aquela sala ou se era válida para toda a loja.

Então eu perguntei para uma funcionária e ela me disse que era válido para toda a loja, mas que seu eu tirasse uma foto de lembrança não seria problema. Depois de comprarmos algumas coisas, tiramos estas fotos que estão apresentadas aqui. Assim, para quem for lá eu recomendaria que seria de bom tom perguntar primeiro se poderia tirar uma foto.

Schloss Eckberg – Um castelo para se hospedar

Quem já não visitou um castelo ou palácio e ficou imaginando como seria morar em uma destas mansões de tempos passados?! Bem, morar permanentemente é um privilégio para pouquíssimos, mas passar uma ou algumas noites já é uma possibilidade mais realística, pois há diversos castelos e palácios que foram transformados em hotel. E o Hotel Schloss Eckberg na cidade de Dresden é uma destas alternativas.

O Hotel Schloss Eckberg fica a cerca de 6 quilômetros do centro histórico de Dresden, tendo uma localização privilegiada no topo de uma colina às margens do rio Elba.

O Hotel Schloss Eckberg é composto pelo prédio principal – o Schloss (castelo/palácio) – e por prédios anexos que estão inseridos em um parque com trilhas e bonitos jardins. Os quartos de hóspedes encontram-se distribuídos entre o palácio e a Kavaliershaus (um dos prédios anexos), que é na verdade onde está disponível a maior quantidade de quartos.

Na Kavaliershaus encontram-se 67 quartos enquanto no palácio encontram-se apenas 17 quartos. Os quartos que se encontram no palácio são classificados como 4 estrelas superior enquanto os quartos na Kavaliershaus são classificados como 3 estrelas superior.

O Hotel Schloss Eckberg abriga também um fino restaurante, mais no estilo de alta-gastronomia, oferecendo um menu com criações diferentes e exclusivas. O restaurante se encontra em salões do palácio, assim como o café da manhã para os hóspedes do hotel também é servido no prédio do palácio, em um clássico e bonito salão em estilo neogótico. O restaurante funciona somente a noite, à partir das 17 horas, de segunda a sábado.

Os quartos em si do Hotel Schloss Eckberg são relativamente simples – muitos outros hotéis tem uma decoração bem mais luxuosa e opulenta – mas o palácio com sua arquitetura neogótica impressiona.

Nós chegamos ao hotel já havia escurecido e quando vi ao longe aquela imponente construção iluminada, se destacando na escuridão, minha reação foi de “Uau! Parece um castelo de conto de fadas!”.

Além disto o ambiente onde o Hotel Schloss Eckberg está inserido é muito bonito e agradável. Do seu jardim e terraço tem-se uma bela vista panorâmica do rio Elba e mais ao longe pode-se visualizar a silueta do centro histórico de Dresden. E próximo da Kavaliershaus, ao lado da estufa, encontra-se também um pequeno, mas bonito e agradável jardim.

Nossa intenção durante nossa estadia era passar o dia fora, fazendo passeio para o centro de Dresden e outras atrações da região, mas no primeiro dia acabamos ficando somente na área do hotel e imediações. Pois além de passear pelos jardins e parque do hotel, aproveitamos para explorar as imediações, uma vez que na sequência do Hotel Schloss Eckberg encontram-se mais dois palácios: o Lingnerschloss e o Schloss Albrechtsberg. Ambos são um agradável convite a um passeio por seus parques, oferecendo também de seus terraços uma bela vista do rio Elba.

Scholoss Albrechtsberg – outro palácio vizinho

O Lingnerschloss abriga um restaurante e nos meses de verão um Biergarten no seu terraço. O Lingnerschloss oferece ainda a possibilidade de subir até o topo do palácio, de onde temos uma vista melhor ainda das imediações.

O Hotel Schloss Eckberg é aberto também para eventos particulares como casamentos ou ainda para eventos corporativos como seminários e conferências que acontecem em um prédio próximo a Kavaliershaus.

A História do Schloss Eckberg

O Schloss Eckberg (Castelo/Palácio Eckberg) foi construído entre 1859 e 1861 em estilo neogótico para ser a residência do comerciante proveninente de Manchester Johann Daniel Souchay. Após sua morte a propriedade é vendida e troca de morador por diversas vezes.

Com a divisão da Alemanha após a 2ª. Guerra Mundial, Dresden fica pertencendo a Alemanha Oriental e socialista e os proprietários do castelo são expropiados. Assim o Schloss Eckberg passa para as mãos do governo comunista e neste período foi usado para fins diversos. Entre 1980 e 1985 a construção já degradada passa por uma reforma e é transformada em hotel e operado como “Jugendtourist Hotel Schloss Eckberg”, funcionando assim até 1990.

Após a Reunificação da Alemanha, a propriedade foi restituída a seus antigos proprietários que posteriormente a vendem para uma empresa. Entre 1996 e 1997, todo o complexo que compõe o Schloss Eckberg – o castelo, prédios anexos e jardins – é amplamente restaurado e renovado, funcionado deste então como hotel e restaurante.

A Hitória da Reunificação da Alemanha

História da reunificação da Alemanha — A comemoração em 03 de outubro/1990 (Fonte: www.bundesregierung.de)

O dia 03 de outubro é feriado nacional na Alemanha, sendo celebrado a reunificação do país. O feriado que oficialmente chama “Dia da Unidade Alemã” é comemorado desde 1990, quando – após ser dividida por pouco mais de 40 anos – a Alemanha volta a ser uma só.

O processo de reunificação da Alemanha tem início em 1989. Alemães orientais insatisfeitos com o governo e regime da República Democrática da Alemanha (Alemanha Oriental) formam grupos de oposição que exigem democracia e reformas.

Em maio daquele ano, os cidadãos descobrem manipulação nas eleições municipais e começam a se reunir para protestar. Apesar da repressão do regime, cada vez mais pessoas se juntam as demonstrações.

Ao mesmo tempo, cresce consideravelmente as fugas da Alemanha Oriental – no verão de 89, milhares de pessoas fogem pela Hungria e Áustria, assim como solicitando asilo nas Embaixadas da Alemanha Ocidental em Praga, Varsóvia e Budapeste.

Como resposta aos protestos e fugas em massa, o regime comunista afasta Erich Honecker – chefe do governo da Alemanha Oriental e que rejeita mudanças – assim como promete reformas e mais liberdade para viajar. Isto leva a abertura da fronteira e queda do muro de Berlim em 09 de novembro de 1989.

Com a queda do muro de Berlim muitos vêem a oportunidade da Alemanha voltar a ser uma só. Do lado Ocidental o chanceler Helmut Kohl se engaja por uma rápida reunificação. Já no dia 28 de novembro de 1989 Kohl apresenta no parlamento alemão um “Programa de 10 pontos para superar a divisão da Alemanha e da Europa”, mencionando etapas específicas de como a unidade alemã poderia ser alcançada.

O programa prevê ajuda humanitária e financeira a Alemanha Oriental e em troca exige uma reforma profunda do sistema político e econômico da Alemanha Oriental. Um ponto importante no programa de Helmut Kohl era a criação de estruturas confederadas. Outro ponto estrarégico é que o processo de unificação alemão seja incorporado ao desenvolvimento europeu.

Do lado Oriental, a coalizão “Aliança pela Alemanha” que era a favor da reunificação ganha a eleição que acontece em 18 de março de 1990 – a primeira e única eleição livre e democrática na Alemanha Oriental. O novo governo eleito e o governo da Alemanha Ocidental conversam e negociam a reunificação da Alemanha.

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Em 18 de maio de 1990, os ministros das Finanças dos dois Estados alemães assinam o acordo que regulava as questões monetárias, econômicas e sociais da união. Com o acordo, que entra em vigor no dia 1º. de julho de 1990, a Alemanha Oriental adota o sistema econômico e social da Alemanha Ocidental e passa a usar como moeda oficial o marco alemão em substituição ao marco alemão oriental. Salários, aposentadorias e aluguéis são convertidos na proporção de 1 para 1. Com isso, a integração econômica da Alemanha Oriental à Alemanha Ocidental é completa. Com a entrada em vigor do contrato, é abolido o controle das pessoas nas fronteiras internas da Alemanha.

Após quase 2 meses de negociação, no dia 31 de agosto de 1990 o acordo chamado de “Tratado de Unificação” é assinado por representantes dos governos da Alemanha Oriental e Alemanha Ocidental.

Diversas regras são estabelecidas para que a Alemanha Oriental possa adotar o sistema político e jurídico da Alemanha Ocidental. Estas regulamentações afetam, por exemplo, o parlamento, o judiciário, a administração pública, os transportes, os correios, as telecomunicações, a educação, a cultura e a ciência.

Mas as negociações não acontecem somente entre os políticos da Alemanha Oriental e Ocidental. Para que o país possa se reunificar é necessário também o consentimento da Uniao Soviética, Estados Unidos, Inglaterra e França – as forças aliadas vencedoras da 2ª. Guerra Mundial e que desde 1945 detém o direito de decidir sobre a Alemanha como um todo. Inicialmente a Inglaterra e a França não são favoráveis a reunificação da Alemanha, pois tinham receio que o país reunificado se fortalecesse mais ainda tornando-se dominante e um dia pudesse iniciar uma nova guerra.

Um acordo que regulamenta as questões de política externa na reunificação da Alemanha foi trabalhado. O acordo conhecido como “Tratado Dois-Mais-Quatro” (pois é assinado pelas duas Alemanhas + os quatro aliados) é assinado em 12 de setembro de 1990, deixando assim o caminho livre para a reunificação da Alemanha.

Com o “Tratado Dois-Mais-Quatro”, a Alemanha reunificada recupera sua soberania depois de 45 anos do fim da guerra e os países aliados renunciam a todos os direitos que detinham sobre a Alemanha. A União Soviética compremete-se a retirar suas tropas da Alemanha até o final de 1994. A Alemanha por sua vez renuncia a fabricação e posse de armas nucleares, biológicas e químicas, assim como se compromete a limitar suas forças armadas a um máximo de 370 mil homens. O acordo regulamenta também as questões de fronteira, sendo que a República Federal da Alemanha desiste de todas as possíveis reivindicações territoriais contra outros países.

No dia 03 de outubro de 1990 entra em vigor o “Tratado de Unificação”, sacramentando assim a reunificação da Alemanha. Com a entrada em vigor do tratado, o âmbito da Lei Fundamental (a constituição alemã) é estendida ao território da Alemanha Oriental. O território que compunha a Alemanha Oriental é incorporado pela Alemanha Ocidental que cresce com 5 novos estados – Brandemburgo, Mecklemburgo-Pomerânia, Saxônia, Alta Saxônia e Turíngia. Berlim volta a ser a capital da Alemanha reunificada. A reunificação alemã marca também o fim dos conflitos da Guerra Fria.

A comemoração oficial acontece na noite de 02 para 03 de outubro de 1990 em frente ao Reichstag com a presença de milhares e milhares de pessoas que a meia-noite festeja a reunificação do país com uma grande queima de fogos.

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Oberbaumbrücke – A ponte mais bonita de Berlim

A Oberbaumbrücke é uma ponte sobre o rio Spree que liga os bairros Friedrichshain e Kreuzberg e é tida por muitos como a ponte mais bonita de Berlim.

De fato a Oberbaumbrücke, ou ponte Oberbaum, com suas torres marcantes é uma magnífica construção que já chama a atenção de longe – quando estou fazendo um tour e desço a rua com os turistas e eles a vêem de longe geralmente já me perguntam o que seria aquela construção e já chegaram até a perguntar “o que seria aquele castelinho” 🙂 Não é de se admirar, pois suas torres lembram torres de fortalezas e castelos medievais.

A Ponte Oberbaum viveu as turbulências que abalaram Berlim no século 20 e foi uma das “portas” de entrada entre Berlim Oriental e Ocidental durante a Guerra Fria. Hoje a área da Ponte Oberbaum é ponto de encontro no verão, é onde a vida pulsa a noite e muitos festejam a vida.

A Ponte Oberbaum encontra-se próximo de uma das principais atrações de Berlim, a East Side Gallery que é o maior trecho remanescente do muro de Berlim e também a mais longa galeria ao ar livre. Em frente a East Side Gallery se encontra ainda a Mercedes Arena, uma casa de shows e eventos.

Além disto, as imediações da Ponte Oberbaum é uma área de grande movimento, em especial entre o público mais jovem e alternativo da cidade – ela se localiza entre a Revaler Straße em Friedrichshain e o Schlesischen Tor e adjacências em Kreuzberg, uma área que concentra parte da vida noturna de Berlim com muitos restaurantes, bares e casas noturnas.

A Ponte Oberbaum é usado por carros, bicicletas, pedestres e metrô. A ponte tem 2 níveis: no térreo transitam carros e bicicletas e em uma lateral da ponte, há uma passagem coberta com bonitos arcos formando um túnel por onde circulam pedestres; no nível superior transitam as linhas U1 – que inclusive é a linha mais antiga da Berlim – e U3.

Das janelas arqueadas da passagem de pedestres tem-se uma vista magnífica do rio Spree e da mistura de prédios modernos e antigos prédios em estilo industrial que se enfileiram nas margens do rio. Mais ao fundo vê-se a monumental escultura “Homem molecular” que tem 30 metros de altura e encontra-se no rio e logo atrás da escultura vê-se também o moderno prédio “Torre de Treptow”.

A Ponte Oberbaum não somente oferece uma bela vista das imediações como também é em si uma bela visão, sendo constantemente o alvo de fotógrafos ávidos por belas fotos :-). No final da tarde, sob a luz do pôr-do-sol, a fantástica construção em tijolinhos vermelhos se destaca mais ainda, se espelhando nas águas do rio Spree. Outra visão interessante é quando o metrô amarelo passa pela ponte parecendo de longe até de brinquedo 🙂

Se você fizer um passeio de barco mais longo pelo rio Spree, você passará por esta área e do barco terá uma bela vista da ponte. O barco passa sob a Oberbaumbrücke.

A História da Ponte Oberbaum

A ponte tem suas origens em 1724 como uma simples construção de madeira, pela qual os barcos que navegavam no rio Spree passavam e tinham que pagar taxas, uma espécie de pedágio. A noite, para evitar que barcos cruzassem sem pagar a taxa, a passagem no rio era bloqueada por um pesado tronco de madeira coberto de pontas de metal. Este tronco de árvore é que dá nome a ponte: Baum significa árvore e Ober seria “de cima” – no ponto onde o rio Spree flui para a cidade, o bloqueio de madeira era chamado de Oberbaum e onde o rio deixava a cidade era chamado de Unterbaum.

No final do século 19, a construção de madeira é substituída, sendo então construída entre 1894 e 1896 uma nova ponte na sua atual forma. Em estilo neogótico, a Ponte Oberbaum é uma obra do arquiteto Otto Stahn. Poucos anos após sua construção, em 1902, no seu piso superior começa a circular a primeira linha de metrô da cidade, que não era subterrâneo, mas em cima de trilhos elevados – hoje esta é a chamada linha U1.

A Ponte Oberbaum tem 150 metros de comprimento e 28 metros de largura. A ponte é ornamentada no centro por duas torres com 34 metros de altura que tem suas pontas adornadas, uma com o urso de Berlim e a outra com a águia de Brandemburgo. Uma torre da muralha medieval da cidade de Prenzlau serviu de inspiração para as torres da Ponte Oberbaum.

No finalzinho da Segunda Guerra Mundial, durante a Batalha de Berlim, as tropas alemãs implodem a parte central da ponte com o intuito de conter o avanço do Exército Vermelho. Logo após o fim da guerra, os reparos necessários na ponte já são feitos de forma que o metrô pudesse circular de novo.

Após a guerra, Berlim é dividida em setores e a Ponte Oberbaum, que pertence ao bairro Friedrichshain, fica no setor soviético. Com a construção do muro de Berlim em 13 de agosto de 1961, a Ponte Oberbaum foi fechada para qualquer tipo tráfego. Após o Acordo dos Aliados sobre Berlim, a partir de 1972, a ponte passa a ser um dos pontos de passagem – para pedestres – no muro de Berlim.

Após a queda do muro de Berlim e reunificação do país e da cidade, a Ponte Oberbaum é restaurada e desde 1995 é aberta de novo para o tráfego de carros e metrô.

Preço: Grátis

Endereço: Oberbaumbrücke – 10243 Berlim

Como Chegar:
S-Bahn: Linhas S3, S5, S7 e S9 estação Warschauer Str.
U-Bahn: Linhas U1 e U3, estação Warschauer Str. ou Schlesisches Tor

Atrações Próximas: East Side Gallery, Friedrichshain

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Neues Palais (Palácio Novo)

O Neues Palais é um dos palácios que compõem o parque Sanssouci, localizado na cidade de Potsdam. O Neues Palais é um palácio de grandes proporções – ele tem uma fachada de 220 metros de comprimento – sendo o maior de todos os palácios do parque.

O imenso Neues Palais é a contrapartida para o relativamente pequeno e íntimo Sanssouci – o palácio mais famoso e visitado do parque.

O Neues Palais pertence ao conjunto de palácios e parques de Potsdam e Berlim que foram declarados pela Unesco em 1990 como patrimônio da humanidade.

Assim como o Palácio Sanssouci, o Neues Palais também foi construído pelo rei prussiano Frederico II, pouco mais de 15 anos após a construção do Palácio Sanssouci. Originalmente planejado como um palácio representativo para eventos oficiais, serviu de residência de verão para Guilherme II, o último imperador da Alemanha. O Neues Palais foi o último palácio a ser construído por Frederico II e é considerado como o último grande palácio do barroco prussiano e uma das principais obras do rococó fredericiano.

O Neues Palais é uma construção realmente super majestosa e imponente. Da alameda que corta o parque, entre o verde das árvores, já de longe se avista a parte central da monumental construção de cor vermelha, coroada por sua imensa cúpula de 55 metros de altura. O palácio não é imponente somente por fora, mas impressiona também com seus esplendorosos salões.

Uma parte do palácio é voltado para um jardim com formato de meia-lua, que é emoldurado por árvores e esculturas e tem dois extensos gramados com uma fonte no meio – eu sempre falo que nestes gramados falta alguns canteiros de flores, acho muito simples, principalmente se compararmos com o jardim do Palácio Sanssouci. Mas como o palácio já é tão monumental, talvez ele não precise de maiores ornamentos no seu jardim!

O outro lado do palácio é voltado para dois belos edifícios similares, chamados de “Communs”. Entre os dois prédios encontra-se uma imponente colunata, cuja parte central é ornamentada pelo Portal do Triunfo. Em um dos Communs funcionava a cozinha do palácio e no outro existiam aposentos para os convidados da corte e seus empregados.

Como mencionado inicialmente, o Neues Palais se encontra no Parque Sanssouci, que é composto por outros palácios, jardins e pavilhões. Visitando o Neues Palais não deixe de dar uma passeada pelo parque, pois tem muito mais para ser visto.

A história do Neues Palais

O Neues Palais foi construído entre 1763 e 1769, após o fim da Guerra dos Sete Anos que aconteceu nos anos de 1756 a 1763 e na qual a Prússia estava envolvida e cujo desfecho final foi favorável para a Prússia. Com a construção do imponente palácio, Frederico II, conhecido como Frederico, o Grande atendia não somente a funções práticas como também demonstrava a seus inimigos o poder da Prússia dentro do cenário europeu.

O Neues Palais foi projetado pelos arquitetos Johann Gottfried Büring, que já tinha responsável por outras construções no parque Sanssouci como a Casa Chinesa e a Galeria, Heinrich Ludwig Manger e Carl von Gontard. Diferentemente do Palácio Sanssouci que foi feito no estilo rococó, Frederico II preferiu o estilo barroco para o Neues Palais.

Além de representativo, o Neues Palais servia de palácio de verão para convidados, onde glamourosas celebrações aconteciam entre os meses de abril e outubro. Os hóspedes de Frederico II eram principalmente seus familiares com suas respectivas famílias que pertenciam a diferentes casas reais da Alemanha e Europa, assim como amigos monarcas. Para acomodar sua família e convidados são instalados vários aposentos de hóspedes no palácio.

Para Frederico II, o Neues Palais era uma “fanfarronada” – uma ostentação, uma exibição. Ele preferia o Palácio Sanssouci com seu ambiente mais íntimo. Mas por ocasião de celebrações e quando familiares e amigos se hospedavam no palácio, o rei Frederico II também residia no Neues Palais.

Para suas ocasionais estadias no palácio, Frederico II tinha seus aposentos, chamados de “apartamento do rei“, que era composto por vários cômodos (quarto, escritório, sala de concerto, sala de almoço/jantar, etc.) – na ala sudeste do Neues Palais.

Após a morte de Frederico II no ano de 1786, o Neues Palais foi pouco utilizado pelos sucessores seguintes. Mas à partir da segunda metade do século 19, o palácio volta a ser usado pelo príncipe herdeiro Frederico Guilherme como residência de verão.

Mais para o final do século 19, Frederico Guilherme, já como imperador sob o nome de Frederico III, inicia obras de modernização no palácio, que são continuadas por seu filho e sucessor Guilherme II, como instalação de aquecedor e luz elétrica e construção de banheiros nos aposentos. Frederico III, que reinou por apenas 99 dias, faleceu em 15 de junho de 1888 no Neues Palais.

À partir de então o imperador Guilherme II e sua esposa Augusta Vitória fazem do Neues Palais sua residência de verão. Com o fim da monarquia na Alemanha em 1918 e abdicação do imperador, o Neues Palais torna-se um museu. Em 1945, o palácio é saqueado por soldados soviéticos.

O interior do Neues Palais

O monumental Neues Palais tem 200 cômodos, muitos dos quais eram agrupados, formando um “apartamento”. Além do “apartamento do rei“ de Frederico II, existiam também: o “apartamento de Heinrich” e o “apartamento da princesa”para o irmão mais velho e a irmã solteira de Frederico II, respectivamente; o “apartamento herdeiro do trono” para o príncipe herdeiro Frederico Guilherme; o “apartamento de Marquis-d’Argens” para o amigo de longa data de Frederico II Marquis d’Argens, assim como dois “apartamentos de príncipes” destinados a hóspedes especiais.

Além destes cômodos, o Neues Palais tem 4 magníficos salões de festa que ocupam a parte central do palácio, além de um teatro barroco (isto é o que literalmente podemos chamar de “home theater” :-).

É claro que destes 200 cômodos, temos acesso a uma pequena parte somente durante uma visita. Geralmente nos meses de verão mais cômodos são abertos a visitação, assim como o “apartamento do rei” também é acessível em uma visita guiada. Como os trabalhos de restaurações e manutenção no palácio são constantes, pode acontecer também de uma ou outro sala/salão ficar fechada temporariamente para visitação.

As salas e quartos são decorados com móveis preciosos, antiguidades, porcelana, obras de artes e pinturas do século 18. Alguns salões do Neues Palais são tão rebuscados, que são uma obra de arte em si! Os destaques do palácio são o Salão da Gruta, a Galeria de Mármore, o Salão de Mármore e o Teatro.

Móveis e obras de arte que decoram salas do Neues Palais

O Salão da Gruta, que também é chamado de Salão das conhas, tem suas paredes e grande parte do teto cobertos por mais de 24 mil conhas, minerais, fósseis e pedras preciosas que formam figuras e imagens decorativas.

O centro do teto é decorado com uma pintura e o piso em mármore forma desenhos de animais e plantas marinhos. Em alguns pontos das paredes ainda se encontram nichos arqueados que contém estátuas.

A Galeria de Mármore é um belíssimo salão de festas alongado, cujo piso e paredes são de mármore carraca branco e jaspe vermelho. Um lado do salão é ornamentado com altos espelhos em nichos arqueados e emoldurados com detalhes dourados.

Do outro lado do salão, em oposição aos espelhos, encontram-se altas janelas que permitem a luz natural iluminar a sala. O teto é coberto por ornamentos dourados e por uma pintura.

No andar superior, acima do Salão da Gruta, encontra-se o principal salão de baile e banquetes: o Salão de Mármore, que é o maior salão do palácio. Este salão é simplesmente monumental e majestoso.

Suas paredes são cobertas com mármore de tom clarinho. O piso composto de mármore de cores variadas, em algumas partes tem bonitos desenhos florais formados. O teto é predominante decorado em dourado com pequenas esculturas de anjos nas bordas e uma grande pintura no centro. Vários lustres magníficos penduram no teto.

Algumas pinturas adornam as paredes e várias janelas iluminam o salão naturalmente. O Salão de Mármore tem dois níveis: acima da porta central tem uma sacada, parecendo um camarote de teatro/ópera – ali, na parte superior ficavam os músicos que tocavam no baile.

O teatro é outra belíssima área do Neues Palais. No teatro as cores vermelho e branco com ornamentos em dourado predominam. As filas de assentos estão dispostas em um semicírculo, semelhante a um teatro da antiguidade. Diferentemente do que era comum, o rei Frederico II não tinha um camarote para si, ele costumava assistir as apresentações sentado na terceira fileira contada a partir do palco.

Uma vez que Frederico II não era grande apreciador das artes alemãs, os artistas que se apresentavam eram principalmente franceses e italianos. O teatro do Neues Palais ficou anos fechado para restaurações e está previsto que à partir do final do ano de 2020 seja reaberto para visitas guiadas.

O quarto onde o imperador Frederico III faleceu também é aberto a visitação. Uma cruz preta no chão, em frente a cama marca que foi ali que o regente faleceu. Ao lado da cama se encontra um busto do imperador, assim como um quadro com uma pitura de Frederico III e abaixo dele uma pintura da sua esposa, se encontram pendurados na parede.

Informações práticas sobre o Neues Palais

Endereço: Am Neuen Palais – Potsdam – 14469

Como chegar:

À partir de Berlim, pegar o S7 até a estação Potsdam. Na estação de Potsdam, pegar a linha de ônibus 605 e descer na parada “Neues Palais”.

É necessário ter o bilhete ABC (clique aqui para saber mais sobre o transporte público)

Horário de funcionamento:

Diariamente das 10 às 17:30 horas (com exceção das terça-feiras, quando o Neues Palais fica fechado) nos meses de abril a outubro e das 10 às 16:30 nos meses de novembro a março.

Preço:
12,00 euros / 8,00 euros reduzida

* Ticket Sanssouci+: 22,00 euros / 17,00 euros reduzida

* Este ingresso dá direito a visitar no mesmo dia todos os palácios, pavilhões e alas extras

Restaurantes nas imediações:

No centro de visitantes do Neues Palais se encontra o Café “Caroline”, onde você encontra bebidas, um bolo, um sanduíche frio, salsicha, etc.

Mais opções de restaurantes podem ser encontradas no centro histórico da cidade.

É também no centro de visitantes que se encontra um toilette, cuja utilização não é gratuita (dentro do parque Sanssouci não tem outros WCs – você irá encontrá-los no outro centro de visitantes próximo do Palácio Sanssouci).

Outras atrações em Berlim que podem lhe interessar…

Lüneburg – Uma bela cidade hanseática da Alemanha

Há algum tempo, eu já escrevi aqui no blog sobre um mercado de natal na cidade de Lüneburg. Agora quero falar um pouco mais da cidade em si e de seus atrativos.

Depois de uma conversa com amigas sobre cidadezinhas charmosas da Alemanha, resolvemos visitar Lüneburg, que foi mencionada por uma das meninas. Até então ainda não tinha ouvido falar da cidade, mas foi uma grata surpresa, pois a cidade é super fofa.

Lüneburg é uma cidade relativamente pequena, com cerca de 75 mil habitantes e se localiza no Norte da Alemanha, a cerca de 300 quilômetros de distância de Berlim e um pouco mais de 50 quilômetros de Hamburgo.

Lüneburg é uma daquelas cidades do interior da Alemanha que parece ter saído de um filme. E diga-se de passagem, desde 2006, a cidade e um dos seus hotéis até servem de cenário para uma série de TV de uma das principais redes da Alemanha.

A cidade não foi destruída na Segunda Guerra Mundial e por isto tem um centro histórico super bem preservado com belas e antigas construções. A cidade também é relativamente dinâmica e jovem, pois tem uma universidade onde estudam cerca de 10 mil estudantes.

Além disto, de acordo com o site oficial de turismo da cidade, Lüneburg tem a maior densidade de bares e restaurantes da Alemanha. Ainda de acordo com eles, com mais de 300 restaurantes, bares e Cafés para seus 75 mil habitantes, esta seria até a segunda maior densidade da Europa, perdendo somente para Madrid!!! Se isto condiz, não sei dizer rsrsrs. Mas posso dizer que vi uma ótima oferta gastronômica por onde passei.

Um pouco da história de Lüneburg

A cidade tem uma antiga e rica história, com mais de mil anos. Os primeiros vestígios de assentamentos na área de Lüneburg datam da época dos Neandertais. Em registros históricos, a cidade é mencionada pela primeira vez na Idade Média, em um documento com data de 13 de agosto de 956, no qual o rei Otto I doou os impostos recebidos das salinas de Lüneburg para um monastério.

Na Idade Média, Lüneburg foi uma cidade muito rica, devido a extração de sal – na Idade Média o sal era muito valorizado chegando a ser chamado de “ouro branco”. Lüneburg era a maior produtora de sal do Norte da Alemanha, extraindo e vendendo o sal para outras cidades da região. Devido ao seu monopólio como fornecedora de sal no norte da Alemanha, já em 1381 Lüneburg se torna membro da Liga Hanseática, sendo uma das primeiras cidades a fazer parte desta confederação, que foi uma associação internacional de cidades mercantis na Idade Média. Entretanto, a prosperidade econômica de Lüneburg como parte da Liga Hanseática termina após 1600.

Em 1810, por conta das conquistas de Napoleão, Lüneburg foi anexada à França, mas pouco tempo depois, em 1813 a cidade já se liberta da ocupação francesa.

Felizmente os bombardeios da Segunda Guerra mundial não causaram muitos danos na cidade, Lüneburg sobreviveu à guerra quase intacta. Na noite de 04 de maio de 1945, em Timeloberg, uma colina próxima a Lüneburg, uma delegação autorizada do último governo do Reich, assina a capitulação parcial para o noroeste da Alemanha. O chef da SS Heinrich Himmler, que se encontra sob custódia das tropas britânicas em Lüneburg, comete suicídio no dia 23 de maio de 1945 engolindo uma cápsula de cianureto.

As atrações de Lüneburg

Na verdade o grande atrativo de Lüneburg é a cidade em si, seu centro histórico antigo com construções medievais espalhadas por ruelas que nos fazem um convite para flanar e descobrir suas belezas. A cidade tem mais de 1300 casas que são tombadas como patrimônio histórico e cultural.

Mas, é claro que existem algumas áreas e construções que merecem destaque e que não podem deixar de ser vistas. Todas elas se encontram no centro histórico e ficam relativamente próximas umas das outras, sendo super tranquilo acessá-las a pé.

– Stintmarkt e Alter Kran

A cidade de Lüneburg é cortada pelo rio Ilmenau e por isto o Stintmarkt se encontra em uma área chamada de Wasserviertel (“Distrito da Água”), pois fica na beira do rio. Stint é um peixe pequeno que na Idade Média era pescado e vendido nesta área, por isto o nome Stintmarkt, que significa “mercado do stint”.

Hoje em dia, no Stintmarkt não se pesca ou se comercializa, mas consome-se muito 🙂 Aqui, nas margens do rio, se enfileiram um restaurante ao lado do outro abrigados em charmosas casas antigas. Esta é uma área da cidade super popular e movimentada, em especial no meses de verão, quando muitos aproveitam as agradáveis temperaturas para beber uma cerveja ou vinho nas margens do rio ao ao-livre.

No passado, nesta área funcionava também um porto, de onde o sal era transportado para outras cidades. Por isto, aqui encontra-se um outro símbolo e marco de Lüneburg, o Alter Kran, ou “guindaste antigo”. Este Alter Kran é um equipamento da época medieval e era usado para elevar as cargas pesadas, especialmente os sacos de sal, colocando-os da terra para os barcos e vice-versa.

O Stintmarkt e o Alter Kran são provavelmente os cartões-postais mais conhecidos de Lüneburg.

– Platz Am Sande

A Platz Am Sande é a maior praça do centro antigo de Lüneburg. Seu nome significa “Praça na Areia”, pois nos seus primórdios a praça não era coberta por um calçamento como hoje, mas por areia. Aqui os comerciantes estacionam suas carroças e vendiam seus produtos.

No entorno desta praça encontram-se construções medievais e muito bonitas. Numa ponta da praça, já a distância se destaca a St. Johanniskirche com sua torre de 108 metros de altura. A St. Johanniskirche (“Igreja de São João”), cuja torre é levemente torta, é a igreja mais antiga de Lüneburg, e teve sua construção iniciada em 1289. Um destaque da igreja gótica é seu órgão de tubos barroco que foi feito nos anos de 1551 a 1553. E foi aqui que o jovem Johann Sebastian Bach aprende com seu tio Georg Böhm a tocar órgão e a compor.

Na outra ponta da praça encontra-se a casa mais chamativa, uma construção em tijolhinhos pretos com rejuntes brancos. Esta casa é uma construção renascentista de 1548 e que por 350 anos abrigou a cervejaria de Lüneburg. Hoje em dia encontra-se nela IHK, a Câmara de Comércio e Indústria.

– Marktplatz e Altes Rathaus

A Markplatz é uma praça relativamente pequena, mas com belas construções a seu redor. É aqui que acontece o principal mercado de natal da cidade. E as quartas e sábados acontece uma feira livre no período da manhã.

É aqui também que se localiza uma das principais construções da cidade, a chamada “Prefeitura antiga” (Altes Rathaus) que tem mais de 700 anos e ainda hoje abriga a administração municipal. A Altes Rathaus começou a ser construída por volta de 1230 e ao longo dos séculos foi sendo continuamente remodelada e ampliada. Por sua fachada, o prédio não parece ser tão grande, mas é composta por um complexo de prédios que se estendem ao longo da rua, contabilizando 259 salas e salões.

E na rua ao lado da prefeitura, na Waagestrasse, encontra-se uma casa super curiosa, a chamada “casa grávida”. A parede da casa tem uma considerável saliência que surgiu pela absorção de umidade na alvenaria. Existem até boatos que dizem que casais que desejam filho alisam a parede da casa.

– Senkungsgebiet

Esta é para mim uma das partes mais bonitas do centro histórico de Lüneburg, o chamado Senkungsgebiet, que traduzindo seria “área de rebaixamento”. E de fato esta área aqui é desnivelada, sendo o terreno mais rebaixado que nas outras áreas do centro histórico.

Este rebaixamento se deu por conta da extração de sal, uma vez que as salinas se encontravam no subsolo da cidade. Com a extração do sal para a superfície, foram criadas cavidades no subsolo que provocam o rebaixamento do terreno. Isto provocou problemas em algumas construções, as danificando e em alguns casos sendo até necessário a demolição.

Não deixe de dar um passeio por esta área, pois ali se encontram ruas pitorescas com casas dos séculos 16 e 17 que pertenceram a operários e a classe média. Boa parte destas casas hoje estão restaurantes e parecem casinha de boneca, em tijolinhos aparente. Algumas tem portas super fofas, com cores fortes. A “Auf dem Meere” é uma destas ruazinhas charmosas desta área.

Você pode chegar no Senkungsgebiet seguindo pela Waagestrasse – a rua da “casa grávida”, ou seguindo pela rua Grapengießerstraße que parte da Praça Am Sande.

– Wasserturm

Se quiser ter uma vista panorâmica de Lüneburg você pode visitar a Wasserturm (“Torre de Água”) que tem uma altura de 56 metros de altura. E o bom é que pode-se chegar no topo com um elevador (o que nem sempre é o caso nestas torres antigas).

Esta torre foi construída entre 1905 e 1907 com o propósito do abastecimento de água, possuindo um tanque com um volume de 500 mil litros. Mas desde 1985 deixou de ser usada para este função e hoje em dia, além de servir de torre panorâmica, também abriga eventos. Clique aqui para acessar o site da Wasserturm.

– Salzmuseum

A história de Lüneburg é diretamente ligada a extração de sal, tendo dominado a vida da cidade por mil anos. Foi o sal que fez a cidade se tornar rica e poderosa na Idade Média. Por isto não é de se admirar que a cidade tenha um “Museu do Sal” (Salzmuseum).

A extração de sal foi parada definitivamente em 1980 e nas antigas instalações das salinas encontra-se o “Museu do Sal” que conta sobre a história do sal na cidade. Clique aqui para acessar o site da Museu do Sal.

Como chegar em Lüneburg

Como nestas viagens aproveitamos para ver outras atrações pela região, geralmente vamos de carro, pois ficamos mais flexíveis. Chegando lá deixamos um carro em um estacionamento e exploramos o centro histórico a pé – que em muitas partes são zonas de pedestres.

Mas é claro que Lüneburg também pode ser acessada de trem. De Berlim não tem um trem direto para a cidade, é necessário fazer conexão, por exemplo em Hamburgo – cidade da qual tem-se uma conexão direta para Lüneburg. Clique aqui para acessar o site da Deutsche Bahn, a empresa alemã de trens.

Hospedagem em Lüneburg

Abaixo você pode pesquisar hotéis em Lüneburg:

Marienkirche (Igreja de Santa Maria)

Aos pés da contemporânea Torre de TV e cercada por prédios modernos, a Marienkirche é um dos poucos testemunhos remanescentes de Berlim da Idade Média. Mais importante ainda! A Marienkirche é a igreja em funcionamento mais antiga de Berlim.

A Marienkirche, ou Igreja de Santa Maria, é uma construção da segunda metade do século XIII, que de acordo com estimativas de especialistas em arquitetura se origina por volta de 1270 – a data exata da sua construção não é conhecida. O que se sabe com certeza é que a igreja é mencionada pela primeira vez em registros históricos em 1294.

A Igreja de São Nicolau, que se localiza no Nikolaiviertel, foi construída em 1230, sendo portanto uma construção mais antiga que a Igreja de Santa Maria, porém não funciona mais como um templo religioso – a Igreja de São Nicolau funciona como museu. Por isto, a Igreja de Santa Maria é a igreja mais antiga em funcionamento em Berlim.

O design atual da Igreja de Santa Maria é o resultado de diversas construções e restaurações ao longo dos séculos.

Após um incêndio na cidade em 1380, a igreja é severamente danificada e depois reconstruída. Sua torre começa a ser construída em 1415 e após diversas mudanças nas décadas seguintes ganha sua aparência atual em 1789, quando é adicionada a ponta de cobre da torre em estilo neo-gótico – uma obra do arquiteto Carl Gotthard Langhans, o mesmo que projetou o famoso Portão de Brandemburgo.

No seu interior encontram-se algumas belas obras, com destaque para o magnífico púlpito, uma importante obra de 1702/1703 do artista Andreas Schlüter e para o belíssimo órgão de tubos construído entre 1720–23 e inaugurado em 1723.

Outra peça que merece atenção é a pia batismal, que se encontra em frente ao altar, uma obra gótica em bronze de 1437. A pia, ornamentada com relevos, é sustentada por 4 pés em formato de dragão.

Entretanto a obra mais famosa da Igreja de Santa Maria e tida como uma das mais importantes é a “Totentanz“, ou traduzindo “Dança da Morte”. Trata-se de uma pintura com um pouco mais de 22 metros de comprimento que foi feita para lembrar a epidemia da peste que na Idade Média custou a vida de milhões de pessoas na Europa. A pintura mostra em 28 cenas como a morte interage com diferentes representantes da sociedade – de cidadãos comuns a padres.

Algumas fontes estimam que a pintura tenha sido feita por volta de 1470, outras que tenha surgido por volta de 1484. A “Dança da Morte” se encontra no hall de entrada da igreja, protegida por uma parede de vidro – boa parte dela encontra-se esvaecida, danificada, precisando de uma restauração.

Até 1945 a Igreja de Santa Maria se encontrava em uma área densa de construções, sendo a igreja cercada por diversos prédios (como se pode ver na foto da maquete – havia ruas e diversos prédios entre a igreja e a prefeitura), mas após a Segunda Guerra os prédios danificados são removidos e a área é reconstruída de uma forma diferente.

O desenho medieval do centro de Berlim é removido, sendo ruas planificadas e no seu lugar é construído a Torre de TV com um grande espaço aberto, com uma praça.

Originalmente, a Igreja de Santa Maria foi uma igreja católica, mas com a Reforma Protestante no século XVI, ela passa a ser uma igreja evangélica luterana, permanecendo assim até hoje. A igreja, além da missa, também abriga concertos de música clássica.

Atualmente, a Igreja de Santa Maria fica aberta diariamente das 10 às 18 horas.

Preço: Grátis

Endereço: Karl-Liebknecht-Str. 8 – 10178 Berlim

Como Chegar:
S-Bahn: Linhas S3, S5, S7 e S9, estação S+U Alexanderplatz
U-Bahn: Linha U5, estação U Rotes Rathaus; Linhas U2 e U8 estação S+U Alexanderplatz
Ônibus: Linhas 100 e 200, parada Spandauer Str./Marienkirche; Linha 300 parada U Rotes Rathaus

Atrações Próximas: Rotes Rathaus, Fernsehturm (Torre de TV), Alexanderplatz, Weltzeituhr, Little Big City Berlin, Nikolaiviertel, Humboldt Forum no Palácio de Berlim, Catedral de Berlim, Altes Museum, Hackesche Höfe, Museu DDR, Sea Life

Hotéis nas Imediações: Motel One Berlin-Alexanderplatz, Hotel Nikolai Residence, Radisson Collection Hotel, Park Inn, Adina Apartment Hotel Berlin Hackescher Markt, Classik Hotel Alexander Plaza

Evite as filas e compre seus ingressos antecipadamente

Centro histórico de Potsdam

Potsdam é conhecida especialmente por causa do Parque e Palácio Sanssouci. Mas a cidade, que se localiza a cerca de 1 hora de Berlim, tem muito mais a oferecer, como por exemplo, seu centro histórico, que é super charmoso e mais do que merece uma visita.

O centro histórico de Potsdam tem muitas construções imponentes e clássicas e cantinhos pitorescos, sendo agradabilíssimo para um passeio.

Através do Portão de Brandemburgo você entra no barroco centro histórico de Potsdam. Não, você não leu errado, nem eu digitei errado – Potsdam também tem um Portão de Brandemburgo!! Na verdade o Portão de Brandemburgo de Potsdam é até mais antigo que o Portão de Brandemburgo de Berlim – ele é cerca de 20 anos mais velho do que seu famoso homônimo.

No passado, Potsdam também foi cercada por uma muralha e nela existiam portões de entrada – o Portão de Brandemburgo foi um destes portões. O Portão de Brandemburgo de Potsdam é menor que o de Berlim, mas também imponente – ele lembra um arco do triunfo romano.

Logo depois do Portão de Brandemburgo, se inicia a Brandenburger Straße, uma rua de pedestres com casas charmosas onde estão abrigados lojas, Cafés e lanchonetes. A Brandenburger Straße e suas transversais são bem idílicas. Principalmente no verão a rua é bem movimentada, com pessoas fazendo compras e muitas outras sentadas em mesas a céu aberto. E é ao longo da Brandenburger Straße que acontece a bela feira de natal de Potsdam.

Do outro lado do Portão de Brandemburgo, se encontra a Luisenplatz, uma praça circundada por prédios clássicos e com uma fonte no centro. Ali se encontram vários agradáveis restaurantes, de culinária variada – alemão/austríaco, italiano, asiático.

No final da Brandenburger Straße já se avista a Igreja de São Pedro e São Paulo, com sua torre de sinos de 60 metros de altura. A Igreja de São Pedro e São Paulo é uma igreja católica e foi construída no final do século 19. Eu também acho seu interior bem bonito e acho que vale a pena dar uma olhada.

Seguindo pela Brandenburger Straße, olhando a esquerda na segunda transversal pode se avistar ao fundo o Jägertor, ou Portão dos Caçadores – outro portão remanescente da cidade.

Chegando na Igreja de São Pedro e São Paulo, já nos encontramos praticamente no Bairro Holandês – uma área do centro histórico de Potsdam com casas em estilo holandês.

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O Bairro Holandês é formado por um conjunto de dezenas de casas com arquitetura holandesa distribuídas em algumas ruas e que foram construídas na primeira metade do século 18 para colonos holandeses. Após terem sido restauradas dos anos 90 para cá, muitas delas abrigam galerias, lojas, restaurantes e Cafés super agradáveis. Esta área do centro histórico é bem especial, uma delícia flanar por suas ruas.

Nas margens do Bairro Holandês, uma impressionante construção com duas torres parecendo um castelinho, atravessa a Friedrich-Ebert-Straße. Trata-se do Nauener Tor (Portão de Nauen), o terceiro dos portões remanescentes. A obra em estilo neogótico foi feita na metade do século 18. No passado ocupado por militares, artesãos e comerciantes, hoje abriga restaurantes.

A pouco mais de um quilômetro do Nauener Tor, na direção da estação central de Potsdam, encontra-se a área chamada de Alter Markt – o coração do centro histórico e que foi o centro político e comercial da cidade por séculos. Com exceção da Igreja de São Nicolau, o conjunto arquitetônico que originalmente compunha a praça Alter Markt (Praça do Mercado Velho) surgiu na segunda metade do século 18 e foi uma obra de Frederico II e seus arquitetos, inspirados nas praças romanas. Diz-se que a praça tenha sido uma das mais bonitas da Europa.

Entretanto, bombardeios da 2ª. Guerra Mundial causam grandes danos nesta área e somente quatro prédios do conjunto arquitetônico sobrevivem. Durante o período socialista (Potsdam se encontrava na Alemanha Oriental) as construções antigas degradam por falta de manutenção e na área são construídos novos prédios no estilo socialista. Felizmente desde a reunificação da Alemanha, a área tem passado por um processo de recuperação do seu belo conjunto arquitetônico, com prédios sendo restaurados e outros sendo reconstruídos.

Mesmo ainda com obras ainda em andamento, a praça da Alter Markt (Praça do Mercado Velho) é uma área com belas e imponentes construções. Nela se encontra a Igreja de São Nicolau, que com forma quadrada e imensa cúpula se destaca dos demais prédios e já pode ser vista de longe. A Igreja de São Nicolau é uma igreja protestante e foi construída na primeira metade do século 19 e foi um projeto de Karl Friedrich Schinkel – um famoso arquiteto da época.

Em frente a Igreja de São Nicolau encontra-se um obelisco de mármore e mais a frente o Palácio da Cidade de Potsdam. Conforme dito anteriorme boa parte dos prédios nesta área foram severamente danificados pelo bombardeio de abril de 1945 e um destes prédios era o palácio. Suas ruínas foram então removidas entre 1959/1960. Mas após a reunifição decidiu-se por sua reconstrução, o que ocorreu entre 2011 e 2014. As dimensões e fachada são uma reconstrução do antigo palácio, por dentro é moderno e abriga o parlamento do estado de Brandemburgo.

Na Alter Markt encontra-se também a Altes Rathaus, o antigo prédio da prefeitura de Potsdam, que se destaca com sua cúpula verde coroada por uma estátua dourada. Desde a metade do século 19 já não abriga a prefeitura e hoje em dia o prédio abriga o “Museu de Potsdam”, que apresenta exposições sobre a cultura e história da cidade. Sua exposição permanente, intitulada “Potsdam. Uma cidade faz história” conta a história de mais de mil anos da cidade.

Entre a Altes Rathaus e o Palácio, encontra-se o Palácio Barberini, que também é uma reconstrução. As obras foram feitas entre os anos de 2013 e 2016. Uma fachada do palacete é virada para a praça e a outra para o canal. O prédio abriga o Museu Barberini, que foi inaugurado em 2017 e apresenta uma coleção de obras de artes de movimentos clássicos a arte contemporânea, com foco no impressionismo, na arte da Alemanha Oriental e na arte alemã depois de 1989.

A poucos passos da Alter Markt, encontra-se um prédio comprido de cor avermelhada. Este é o Marstall, o antigo estábulo do palácio. O prédio abriga o “Museu do Filme de Potsdam”, que documenta a história dos estúdios de cinema mais antigos do mundo – o estúdio Babelsberg e que se localiza no município de Potsdam – com sua exposição permanente “Fábrica de Sonhos – 100 Anos de Filme em Babelsberg”.

Hospedagem em Potsdam

Abaixo você pode pesquisar hotéis em Potsdam, caso decida pernoitar ou passar um tempo maior na cidade.

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Parque Sanssouci

Sanssouci não é somente o famoso palácio do rei da Prússia Frederico II, mas também um extenso parque com diversos palácios e palacetes, pavilhões, igreja, córrego, fontes, diversos jardins e inúmeras esculturas.

O Parque Sanssouci é um complexo belíssimo, uma harmoniosa combinação de arquitetura, arte e natureza. Desde 1990, o Parque Sanssouci faz parte da lista de Patrimônio da Humanidade da Unesco.

O Parque Sanssouci, cujo nome de origem francesa significa “sem preocupação”, é uma obra de mestre da arquitetura e jardinagem e é principalmente uma herança do rei Frederico II. Tudo começa quando Frederico II, em 1744 , ordena a criação de terraços em uma encosta para o plantio de videiras. Logo depois, se inicia a construção do palácio Sanssouci no topo da encosta.

Com a conclusão da construção do palácio, as imediações vão sendo embelezadas e incluídas na estrutura. Abaixo do terraço, no nível térreo é montado um jardim decorativo em estilo barroco, com canteiros de flores e gramados.

Ao longo das décadas e séculos seguintes o parque vai sendo expandido e novas construções vão sendo adicionadas. Muitos artistas e paisagistas famosos da época deixaram sua assinatura na obra.

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O Palácio Sanssouci com o belo jardim aos seus pés é a estrela e principal atração do parque. À partir do jardim uma larga escada central leva ao palácio no topo. Ambas as laterais do palácio são ornamentadas por dois pavilhões de metal verde com detalhes dourados, que em dias de sol se destacam mais ainda.

Em uma das laterais encontra-se a lápide do túmulo de Frederico II. Do outro lado do palácio o espaço a sua frente é decorado por uma bela colunata.

À direita e a esquerda do Palácio Sanssouci, existem duas alas de cor e dimensões semelhantes, que são separadas do palácio por árvores e cerca viva: A Galeria, que foi construída em 1764, é considerada o edifício de museu real mais antigo da Alemanha e abriga uma coleção de pinturas do barroco italiano e holandês; os Novos Aposentos que continha os quartos para hóspedes do rei.

Próximo dos Novos Aposentos encontra-se o Jardim Siciliano, que é composto por canteiros geométricos, túneis verdes e réplicas de esculturas da antiguidade. Em frente a Galeria, encontra-se o Jardim Holandês, que é composto por cercas vivas geométricas, grandes áreas de gramado e uma fonte no centro.

Não distante do Jardim Holandês encontra-se a Gruta de Netuno, que é feita de mármore branco e rosa e entronizada por Netuno, o deus dos mares.

E logo depois encontra-se uma das entradas do parque, o chamado Portal do Obelisco. O portão em ferro verde com detalhes dourados é em si baixo, sendo suas laterais ladeadas por dois grupos de colunas e nas margens do muro há canteiros de flores ornamentais. Ao fundo, fora do parque, avista-se um obelisco.

No extremo oposto do Portal do Obelisco, cuja interligação é uma alameda reta que corta o parque e tem 2 quilômentros de extensão, encontra-se o Neues Palais, que foi construído menos de 20 anos após o Palácio Sanssouci e é o maior palácio do parque.

Nas imediações do Neues Palais, existem dois pavilhões redondos, chamados de Templo da Amizade, que foi construído em memória da irmã favorita de Frederico II, e Templo Antigo, que foi construído para Frederico II armazenar sua coleção de objetos de arte antigas, moedas e pedras preciosas. A partir de 1921, o Templo Antigo passa a ser usado como mausoléu para integrantes da família real – por isto hoje em dia, não é mais acessível ao público.

Atrás do Neues Palais, em uma das extremidades do parque, encontram-se dois belos e idênticos edifícios chamados de Communs. Estes prédios funcionavam como uma “área de serviços” (e que área de serviço!!!!), abrigando a cozinha do palácio, além de também conter aposentos para convidados do rei e seus empregados. Entre os Communs encontra-se uma imponente colunata, cuja parte central é ornamentada pelo Portal do Triunfo.

Uma das construções mais marcantes do Parque Sanssouci é a Casa Chinesa, que se localiza entre o Palácio Sanssouci e o Neues Palais. A casa não é grande, mas chama a atenção por suas colunas, adornos e figuras douradas com aparência asiática que a ornamentam.

O rei Frederico Guilherme IV também deixou sua marca no Parque Sanssouci. Durante seu reinado, no século 19 o parque ganhou novas construções: o Palácio Charlottenhof, que é um palácio relativamente pequeno, foi a residência de verão do príncipe herdeiro (e mais tarde rei).

Os arredores do palácio são embelezados por canteiros de flores, parreiras e pelo Jardim das Rosas; os Banhos Romanos é um construção inspirada nas casas de campo italiana do século 15; a Igreja da Paz, que foi inspirada em um mosteiro italiano é uma igreja evangélica e é lá que estão sepultados o rei Frederico Guilherme IV e sua esposa. À Igreja da Paz pertencem outras construções, formando um conjunto, que são agrupados em torno da torre de sinos. Em um dos lados da igreja há uma lagoa artificial.

Próximo da Igreja da Paz, encontra-se o jardim Marlygarten, que é composto por um extenso gramado, árvores, algumas esculturas e uma chamativa coluna com listras azuis e brancas e base e topo dourados. Mas a parte que acho mais bonita é a que tem uma escultura feminina e ao seu redor canteiros de flores em um formato que me lembra as asas abertas de um pavão.

Além destes palácios, pavilhões e jardins que mencionei, o parque tem outras áreas que são ornamentadas com cercas vivas e embelezadas por esculturas clássicas.

O Parque Sanssouci tem cerca de 300 hectares e como pode-se ver acima tem muita coisa legal e bonita para se ver. Portanto, prepare-se para gastar algumas horas no local e caminhar bastante se quiser explorar melhor seus atrativos.

No parque não entra carro (somente alguns autorizados, tipo de funcionários, jardinagem, etc.) e bicicleta é permitido somente por caminhos que passam mais pelas extremidades, como pode-se ver no mapa.

Os trechos do parque por onde bikes podem transitar (Fonte: www.spsg.de)

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Informações práticas sobre o Parque Sanssouci

Endereço: Zur Historischen Mühle – Potsdam (este é o endereço oficial, sendo que existem várias entradas)

Como chegar: À partir de Berlim, pegar o S7 até a estação Potsdam. Na estação de Potsdam, pegar a linha de ônibus 695 e descer na parada “Schloss Sanssouci”. É necessário ter o bilhete ABC – clique aqui para saber mais sobre o transporte público.

Horário de funcionamento: Diariamente, das 8 da manhã até o entardecer

Preço: A entrada no Parque Sanssouci é gratuita, somente para as visitas internas aos palácios é necessário comprar ingresso.

Restaurantes e banheiros:

Somente em alguns poucos lugares do parque podem ser encontrados. No centro de visitantes, próximo ao Neues Palais, tem banheiro e o Café “Caroline”, onde você encontra bebidas, um bolo, um sanduíche frio, salsicha, etc.

Há cerca de 10-15 minutos de caminhada do Neues Palais, encontra-se o Restaurant & Café Drachenhaus, que para chegar lá tem que cruzar uma avenida fora do parque e depois pegar um caminho íngreme.

Na rua em frente ao Palácio Sanssouci, encontra-se um bom restaurante, „Zur Historischen Mühle“ (Endereço: Zur Historischen Mühle 2).

Ao lado do Moinho, encontra-se uma pequena lanchonete, onde pode comprar uma bebida, um lanchinho.

O outro centro de visitantes localiza-se próximo do Moinho e nesta área encontram-se mais banheiros.

Além disto, próximo dos Banhos Romanos, já saindo do parque, tem um banheiro público.

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